Que o melhor mesmo é meter a colher
A mais famosa é ao sentar-se ao volante
Logo lhe dizem que é um perigo constante
Quando é beata é fugir do terreno
Mas se é bela é um doce veneno
Dizem também que a mulher chorosa
Depois das lágrimas sabe ser fogosa
E aquela que tem o cabelo na venta
Essa nem sequer o diabo a aguenta
Porém a mulher que for bem casada
Não pode ter sogra nem cunhada
Mas se tiver casado com um velho
Todos os dias reluz como um espelho
Garantem que é pérfida e astuciosa
E uma ave rara quando é bondosa
Também a comparam a um alguidar
Pois como ele não se deve emprestar
Se é bonita não chega a ser pobre
Há-de haver sempre homem que sobre
Tal qual galinha é bicho interesseiro
A ave por milho a mulher por dinheiro
A de boa vida medo não tem
Nem da má língua nem do desdém
Quando a mulher se põe à janela
Fala de todos e todos falam dela
Não pode ter ouvidos se for honesta
Ter o que fazer é toda a sua festa
E muito mais da mulher se escreveu
Mas mais que fazer porém tenho eu
No fim de tudo só me resta a certeza
Foi um homem que escreveu isto à mesa
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