Provérbios Provados noutras casas:

quinta-feira, 18 de julho de 2024

Provérbio provado rimado - MCCCXIV

Sempre que me vês 

Pões-te deslumbrado 

Uma vez por mês 

Que foi o combinado 


Se acaso me tocas 

Ficas estarrecido 

E então me provocas 

Algo comprometido 


Depois se me sentes 

Sou como uma estrela 

Mas bem sei que mentes 

Ao dizer-me a mais bela 


E se enfim me respiras 

É um momento encantado 

O perfume que aspiras 

Deixa-te inebriado


Terminando esta rima 

Estás já elucidado 

E não digas por cima 

Que não foste avisado 



domingo, 30 de junho de 2024

Provérbio provado despejado

Tinhas qualidade, mas não sucesso. Ninguém te lia dentro da bolha. Porque dentro daquela bolha ninguém te lia como querias ser lido. Fingias tanto que isso não tinha importância que rapidamente compreendi que afinal tinha bastante. Uma importância tão desmedida que o bastante na última frase é um eufemismo moderado.


Um escritor solitário é também um pouco carente. Qualquer indivíduo é um pouco assim, quanto mais um escritor solitário para quem a carência é uma roupa interior muito bem escondida por debaixo daquela que se projecta vestir. Uma segunda pele que desdenha da água corrente. Que perdeu o sabor e o olfacto.


Tu precisavas imenso de atenção, de validação, de palmas estridentes. E eu desdobrei-te todo um leque de pistas. Todas muito válidas, nenhuma rua era sem saída. Todas muito inteiras, não te ofereci migalhas em nenhuma ocasião. Depois de as teres assimilado uma a uma, às opções, como quem enfarda torradas às escondidas, começaste a pôr em causa a minha contribuição. 

Preferias atingir o estrelato sozinho. Até hoje não sei dizer porquê: se era mais uma manifestação do teu egoísmo sempre disfarçado de timidez ou se tinhas medo que eu ofuscasse o teu brilho. 


Ser mal agradecido não é não chegar a agradecer: é não saber agradecer. É engraçado como não tiveste uma palavra de gratidão quando os teus textos primavam pela palavra bem escolhida. Tu não escrevias por impulso, demoravas-te vários dias reescrevendo o mesmo texto até o privar de todo o improviso. Talvez por isso não soubesses reagir a quente: as palavras sem filtro pareciam-te imperfeitas. As pessoas que reagiam a quente pareciam-te imperfeitas.


Depois procuraste convencer-te, e convencer a audiência que te dei de bandeja, que eu tinha sido uma espécie de profeta no mau sentido. Que existira toda uma era antes de mim e outra, uma nova época sadia de faces coradas e intenções estudadas, depois de me teres pedido que eu me fosse da tua vida. Como se a fase do durante não tivesse acontecido. A vida é injusta, é certo, ainda para mais quando as almas cometem injustiças que só sabem defender com argumentos literários. 


Sabes, é engraçado, também tive a minha era depois de ti. Que logo no imediato foi muito difícil, havia muitos ecos. Nas tuas tentativas de chamar à atenção, despertavas a minha da pior maneira. Nem nessa altura soubeste eleger as palavras certas: o teu discurso acumulava ódio escondido com o rabo de fora. Mas não consigo perceber porque houve a necessidade de me magoar mais ainda: já não era suficiente teres sido o responsável pelo fim? Teres balançado a bandeira da última volta mesmo em cima da curva da meta?


A raiva tem de ter onde afiar as unhas, senão não há superfícies a salvo. Eu não estava a conseguir fazer a digestão e ia acabar por asfixiar com tamanho e profundo abalo no ânimo. Foi então que coloquei um ponto final na comunicação. As reticências são três pontos intermédios disputando a palavra final. E nestas coisas de relações amorosas há muito quem queira reclamar a última palavra. Como se isso fosse fundamental. Como se isso fosse a acha que transforma a fogueira em cinza.


Esse corte foi uma batalha que travei comigo mesma. Como cortar pela raiz o que não começou mal? Fechar a tampa de vez porque já fede o lixo naquele balde? Mas naquele momento só pensava que seria um descanso não ter mais nenhuma notícia tua. 

Nenhuma, ouviste bem? Mas tu não aguentas, gostas de te fazer notado. Tal como disse, precisas muito de palmas. É a grande diferença entre nós: eu preciso é de colo. 

Arranjas formas de me fazer chegar ecos das tuas conquistas. Teimas em pôr-mas diante dos olhos para me afrontares. Imaginas assim que te vingas de mim. Pobre coitado: armado em escritor célebre, tão ou tão pouco célebre que até ousa fazer crítica literária aos que são melhores do que ele como se durante a própria leitura tivesse sido abençoado com um par de olhos suplentes.

 Talvez por isso se diga que todo o crítico é um escritor fracassado. Mas nem todo o escritor fracassado se transforma num crítico. Principalmente depois de publicar livros em edição de autor numa artificial, porque premeditada, atitude desprendida em relação à máquina editorial. 


És como um laureado no momento em que desce do pódio: só lhe acrescentaram uma medalha, mas ele crê que traz no peito toda uma nação. Não traz, é mentira. Traz apenas uma grande desculpa para a sua vaidade. Toda a vaidade que, até então, não se atrevia a revelar somada à vaidade vindoura que agora se alicerça num círculo de metal. Os símbolos da vitória têm essa característica de lente de aumentar, ao mesmo tempo que têm a secreta intenção de despertar a má inveja. 

És também como um militar com uma patente elevada por oposição ao carácter. É por isso que não sujas as mãos nas batalhas, se preciso for nem reconheces a existência da guerra só para não assumires que há outro lado para lá da barricada. Essa barricada de que te fazes rodear bem precisava de um par de janelas. A tua guerra não é aberta porque desprezas o oponente. Não lhe reconheces suficiente mérito para que possa ser um teu digno adversário. 


É assim que procedes quase sempre: ficas ali de mansinho na sombra, até cheirar a mofo, observando em silêncio. Um silêncio que demora ainda mais nas vezes em que te pronuncias. Tens sempre essa postura grave e aparentemente ajuizada de quem não toma a dianteira e só aprende o que é difícil através das experiências de terceiros. E, no fim do sofrimento alheio, já tens mais um tema para o próximo livro. Só assim é que vives, através das vidas dos outros. As pessoas ou são musas ou nem são sequer pessoas aos teus olhos. 


Claro que estas linhas acima têm a sua quota de especulação. Não por causa da minha queda para a ficção, mas por nunca tirares o jogo da caixa. A tua postura no campo exibe uma inverdade tão sonsa que abre alas ao jogo sujo, qualquer jogo escondido é desde logo sujo ao não se querer mostrar. Quem guarda as tácticas para mais tarde usufruir sozinho das vantagens de tal exercício, devia ser proibido de jogar. Ou, sendo-lhe permitida tal actividade, deveria ser obrigado a um intervalo muito mais longo para que pudesse avaliar as consequências. Quem antevê tácticas desse calibre também consegue antecipar a mágoa que poderá causar a frieza dos seus comportamentos.


Ainda bem que me despedi dos teus Invernos, abençoada seja a natureza! A minha vida tem agora a cor da luz. Não dependo da tua aceitação, não meço a distância da tua mão à minha boca. Agora reivindico cada sílaba.


Não és capaz de imaginar o sem número de provérbios com que já quis terminar este texto. Não és capaz porque, convenhamos, a tua imaginação não é assim tão boa. Porque na realidade o texto é mais visceral do que proverbial. E porque despejei toda a verdade. A verdade na primeira pessoa, entenda-se.



- Quem diz a verdade não merece castigo 

sábado, 29 de junho de 2024

Provérbio provado rimado - MCCCXIII

Pelo mundo há tantos apartes 

Que redundam em disparates 

Todos têm uma opinião 

Mesmo quando não têm razão 


Desconhecem que é bem melhor 

Pouparem tamanho suor 

Pois ninguém está interessado 

Nesse discurso programado 


Pois cada um tem ideias 

Tal como lhe correm nas veias 

E de cada cabeça é pertença 

Que adopte a própria sentença 



segunda-feira, 24 de junho de 2024

Provérbio provado rimado - MCCCXII

Tanto medo de te gostar 

Mas a coisa vai em crescendo 

Ansiosa por te agradar 

Sinto um receio tremendo 


Era tão mais fácil se fosse 

Apenas mais uma tesão 

Mas este desejo de posse 

Sai-me todo do coração 


Por isso é que tenho receio 

E equaciono a entrega 

Pois podes desistir a meio 

Dar-me uma grande nega 



quinta-feira, 20 de junho de 2024

Provérbio provado rimado - MCCCXI

Destraça a traça que te embaraça 

Não há desgraça que possa ter graça 

Tenhas um rugido ou só um gemido 

Liberta-o para não estares contraído 


Abrindo a boca diz de tua justiça 

De argumentar não tenhas preguiça 

Já sabes que a vida é um carrossel 

Que não se escreve antes num papel 


Assume que errar mais do que burrice 

É ignorar o que cada um disse 

Viver num balão cheio de certezas 

Que não disfarçam bem as fraquezas 



quarta-feira, 12 de junho de 2024

Provérbio provado rimado - MCCCX

Bem sei que vens espreitar 
Tu escusas de me enganar 
Sinto o teu olho gigante 
Reprovando cada instante 

Mas estou-me pouco ralando 
Se tu me vens observando 
É-me sobretudo indiferente 
E digo-o sinceramente 

Na mesa do computador 
Sei que me lês com rancor 
Tirando uns apontamentos 
Que matem os nossos momentos 

Pois lá no fundo esqueceste 
O motivo porque tiveste 
Uma tão infeliz reacção 
A toda aquela situação 

Por isso escusas de vir 
E deixas de te afligir 
Esquece que eu existi 
Outrora gostei de ti 

Atira-me ao poço fundo 
Do esquecimento profundo 
Que não me fazes cá falta 
Estou rodeada de malta 

Por seres assim tão triste 
É que então me feriste 
Não tens amor para dar 
Não lhe destinas lugar 

Não há medalhas no fim 
Nem para ti nem para mim 
Não quero saber o que sentes 
Não têm razão os ausentes 


Provérbio provado rimado - MCCCIX

Disseste que fosse à vida 

Sem haver sequer despedida 

Num ápice descartaste 

O que porventura estimaste 


Atónita com tal frieza 

De quem facilmente despreza 

Senti-me perdida de mim 

Por tu me tratares assim 


Tanto te havia querido 

E foste mal agradecido 

Sem um pingo de pudor 

Deitaste no lixo o amor 


É certo que tudo estava 

Tão mau como se afigurava 

E para evitar um conflito 

É que escondeste o delito 


Também foste responsável 

Por deixar de ser saudável 

Aquilo que nos tinha unido 

Por não me teres defendido 


Fingiste então não dar conta 

Daquela constante afronta 

De quem com ódio e despeito 

Nunca me teve respeito 


Devias estando ao meu lado 

Ter o meu valor atestado 

E assim não permitirias 

Tais caprichosas manias 


Mas não soubeste ter mão 

Em quem não tinha noção 

Foste sempre cobardolas 

Não quis as tuas esmolas 


Aparentemente aceitei 

E tão pouco estrebuchei 

Para não dares parte de fraco 

Eu meti a viola no saco 



Provérbio provado rimado - MCCCVIII

É tão foleira a inveja 

O que é do outro deseja 

Não consegue ver brilhar 

Sem logo a seguir cobiçar 


Própria de gente rasteira 

Que assim toma a dianteira 

Emitindo más vibrações 

Enquanto levanta questões 


A inveja é como ferrugem 

Deixa a pessoa à babugem 

Corrói aquele que a tem 

Que só destila desdém 


Vibra em ruim frequência 

Distante de qualquer decência 

É mesmo o maior pecado 

Que havia de ser inventado 



quinta-feira, 6 de junho de 2024

Provérbio provado rimado - MCCCVII

Eu mordia um caroço 

Se isso trouxesse almoço 

E lambia o cu do cão 

Se daí me viesse pão 



Provérbio provado rimado - MCCCVI

Vêem o vinho que bebo 

Não os trambolhões que dou 

Bebida não é placebo 

Que a língua me enrolou 


Diz que o copito de vinho 

Pode dar força à gente 

Por isso bebo sozinho 

Para andar assim contente 


Mas só ando até à hora 

Em que já não posso andar 

Ponho a língua de fora 

E o Gregório vou chamar 



Provérbio provado rimado - MCCCV


Assim como antes te amei 

Depois com rancor te odiei 

Sumiste do meu coração 

Para dar lugar à razão 


Pois se o amor está na veia 

O ódio é na cabeça cheia 

Não duvido que é sentimento 

Que apenas me traz desalento 


Não faz falta a tua presença 

E será a seguir indiferença 

Mas até ao caminho final 

A pugna é descomunal 


Acho que afinal esquecer-te

Vai ser melhor do que ter-te 

Em silêncio aguardo entretanto 

O que já deixou de ser pranto 


Que o silêncio não significa 

Que esquecer se solidifica 

Mas é a verdadeira ajuda 

Enquanto o chip não muda 



Provérbio provado rimado - MCCCIV

Eu nem sei se dormes sozinho 

Pois sem dicas eu não adivinho 

Nem sei se algum cobertor 

Cobrirá o teu ninho de amor 


Por vezes naquelas alturas 

Em que me mandas partituras

Gostaria de dar-te um abraço 

Escutando a dois o compasso 


Para quê tamanho mistério?

O caso tem contornos de sério 

Para pedir a um detective 

Que saiba que contigo não estive 


Que não estive e provavelmente 

Esse encontro não é evidente 

Porque o futuro mais certo 

É que fique tudo em aberto 



Provérbio provado rimado - MCCCIII

Se afirmas que não te conheço 

Porque a tua atitude não meço 

Eu respondo que vives escondido 

Convencido que és bom partido 


Se prolongas essa postura 

Assim é que ninguém te atura 

Não tendo nada que mostrar 

Vais nenhuma alma agradar 


Mostras ser um tipo duro 

Mas és afinal inseguro 

Não lidas bem com o stress 

Da tua vida sem interesse 


É por isso que tanto impões 

As tuas estéreis conclusões 

Pendurado na graça alheia 

A tua existência é tão feia 


Nunca dás um ponto sem nó 

Isso é bem capaz de dar dó 

Desconheces a espontaneidade 

Sem saber como estar à vontade 


Ainda bem que te bloqueei 

E que o teu capítulo encerrei 

Pois tu o meu sangue bebias 

Enquanto mudar-me querias 


Fica lá na tua vidinha 

Entretanto sigo com a minha 

Vou sempre de passeio trocar 

Quando acaso te encontrar 


Deixa de vir à minha zona 

É uma conduta fanfarrona 

Para ver se me topas na rua 

Já não sou nem mais serei tua 


Assim encarecida te peço 

Não me mostres o teu sucesso 

Que para ele me estou a cagar 

Não preciso de ti para brilhar 


Também tenho o meu valor 

Que antes te causava rubor 

Acho que me iludias ou seja 

O que tu tinhas era inveja 



Provérbio provado rimado - MCCCII

Quando conheci a Verónica 

Percebi que era daltónica 

Já que no sinal verde parava 

E depois no vermelho arrancava 


Verdadeira agonia na estrada 

Não podia ser contrariada 

Pois não aceitava os conselhos 

Que rogavam stop nos vermelhos 


Porque via diferentes cores 

Das que viam outros condutores 

Volta e meia era multada 

E ficava mesmo chateada 


Quando a multa já era a quarta 

Quiseram ficar-lhe com a carta 

Então ela injustiça bradou 

E a dita nunca entregou 


Até que seja apreendida 

Vai passando despercebida 

Conduzindo agora ilegal 

Cuidadosa com o pé no pedal 


A polícia não é competente 

E ela tem um ar inocente 

Nunca põe a boca à torneira 

Evitando assim dar bandeira 


Enquanto não sofre castigo 

Representa ao volante um perigo 

Tende atenção à passagem 

Que pode arruinar a viagem 



quarta-feira, 5 de junho de 2024

Provérbio provado rimado - MCCCI

Se te pensas muito maior 

Do que és na realidade 

Tens um gene de estupor 

Essa é que é a verdade 


Inchado e tão presumido 

No final do pacote te achas 

E é por seres assim convencido 

Que te digo Toma lá bolachas 


Enche bem a barriguinha 

Mastigando-as devagar 

Tal como qualquer criancinha 

Para os outros estás-te a lixar 



Provérbio provado rimado - MCCC

O seu sobrenome é Coutinho 
Faz parte do Zé Povinho 
Mas não sei mais pormenores 
Acerca dos seus valores 

Só uma coisa eu sei 
Pois assim considerei 
Ele tem alma de poeta 
Com o que isso acarreta 

E por ser tão misterioso 
Tão da sua vida cioso 
Aumenta a curiosidade 
Do que faz na sua cidade 


Provérbio provado rimado - MCCXCIX

Fico enfim pianinho 

Que não sou tão corajosa 

E bato a bola baixinho 

Duma asneira desejosa 


É mandá-los trabalhar 

E não me tirem do eixo 

Que desato a praguejar 

Enquanto assim me queixo



terça-feira, 4 de junho de 2024

Provérbio provado rimado - MCCXCVIII

Só da poesia eu preciso 

Tem para o alto uma escada 

Para elevar sem mais nada 

Qualquer lago de Narciso 


Também salva o calcanhar 

De Aquiles ou semelhante 

Que um verso contrastante

Assim consegue brilhar 


Trata toda a vã maleita 

Que a qualquer um assalta 

Pois afinal não faz falta 

Para uma rima perfeita 


E quando se escapa a musa 

Se nem a sorte perdura 

Nem o azar sempre dura 

Então voltará a tusa



domingo, 26 de maio de 2024

Provérbio provado num verso branco - CXLIV

Aquele coração que foi janela estilhaçada 

Sobreviveu a uma tempestade de pedras velozes 

Que lhe britaram com fúria a superfície 


Resta-lhe que não mais se conduza num ímpeto 

Na direcção do olho do furacão 

Que se desloque com cuidado redobrado 

Cautelosamente na ponta dos vasos para não sangrar 

Veia ante veia rumo ao ninho que o espera 

E onde se conserva o amor soberano 


- Esse quando assim inquestionável também absoluto 

E quando se consegue sustentar o suficiente 

Cada grama de desperdício é uma dádiva extra -


Mas se aquele coração tiver pressa pode a cabeça 

Emprestar-lhe um pensamento a fundo perdido 

Que lhe recomende um passo mais lento 

Um movimento de espião incógnito sem palco 

Nem luzes que sobre ele incidam excessivamente 


Lá vai ele sorrateiro em peúgas de lã 

Caçador atrasando a meta no rasto da presa 

Já não quer chegar adiantado como dantes 

Antes do princípio ser sequer princípio e o fim fim 

Agora quer arribar ao porto certo no ponto certo 

 

A boa sorte é sempre pouca sorte nessa viagem 

As rédeas exigem aprendizagem e muito esforço 

Desistir parece mais fácil e por isso é mais difícil 

Mas para onde o coração se inclina o pé caminha 



Provérbio provado rimado - MCCXCVII

Se a verdade amarga 

Então a mentira é doce 

Pois esta segunda a embarga 

Por mais estupenda que fosse 


Estorva a coisa concreta 

Pintada com as cores reais 

E faz com que uma treta 

Ganhe contornos banais