O Diogo foi muito precoce nas birras. Berrava na hora de comer, uivava para não dormir, guinchava para mudar a fralda, urrava quando lhe davam banho. À medida que foi crescendo aperfeiçoou-se na arte de bem contrariar e, ainda mal se tinha nas pernas, já gritava não para toda e qualquer sugestão. O Diogo era assim com toda a família e a mãe não era excepção; aliás, a mãe era a principal lesada pelos humores do cachopo. Deseperada, munia-se de toda a paciência que tinha e não tinha para tentar levar a água ao seu moinho, mas o Diogo, obstinado, aquecia as brasas com que puxava à sua sardinha.
Um dia no supermercado, o Diogo fez uma birra de meia noite para lhe comprarem um chupa. Atirou-se para o chão num pranto infernal batendo com os pés. De nada serviram as súplicas da mãe e os rogos da avó: o Diogo cada vez gritava mais alto. Até que a mãe, temendo um maior vexame, lá condescendeu na compra da guloseima. Chegados à caixa, disse a avó para a empregada que tinha estado a observar a cena desde o início:
- É muito espertinho, este meu neto! É desde bebé cheio de manhas. Mal abriu os olhos já sabia que
- Quem não chora não mama
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