És uma ave nocturna
De dia andas taciturna
Só quando se põe o sol
É que largas o lençol
É nesses momentos fugazes
Que sentes impulsos audazes
E renasces como se fosses
Esconder na mala mais doces
É este teu grande segredo
Que chega até a dar medo
Pois de dia só vives morta
Tens encerrada a porta
Quem a ti quiser chegar
Terá de então a arrombar
A porta é forte e tão alta
Que nem ter chave faz falta
À sua volta há muros
Erguidos por motivos duros
A decepção não devia
Originar essa azia
São enormes os entraves
De cada vez são mais graves
Promoves assim tal distância
Que chega a parecer petulância
Aconselho que não te escondas
Que evites fazer mais ondas
E então páres de contestar
Que à ribalta queres chegar
Já que achas lá bem no fundo
Que é todo para ti o mundo
É de noite quando em contraluz
Que esse todo mais te seduz
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