Tem seis dedos em cada mão
E nos olhos três cataratas
Além disso também é anão
Com um tique autista nas datas
Quando ele passa na rua
Evitam olhá-lo de frente
E a verdade nua e crua
É que isso lhe é indiferente
Porque já está habituado
À sua figura invulgar
Desse modo não fica agastado
Pelo esforço para o evitar
Como naquele filme o corcunda
De quem os transeuntes fugiam
Mas depois na vez segunda
Acalmavam e não se afligiam
Com esta ditadura do belo
É muito difícil para os feios
Para quem o espelho é flagelo
Que não lhes ampara os anseios
E então e ao fim e ao cabo
Embora dessa imagem ressintam
Até nem sempre o próprio diabo
É tão feio como alguns pintam
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