Eu tenho a alma enrugada
Não sei passá-la a ferro
Nas veias não há quase nada
Estou prestes a dar o berro
A vida por vezes parece
Estar muito perto do fim
A cada dia fenece
Separa-se mais de mim
De tal forma sou estrangeira
Quando o meu corpo não sinto
E a sensação derradeira
É que a mim mesma minto
Quando finalmente desperto
Estou feita em trinta mil cacos
Vejo um futuro incerto
Peço que me mordam macacos
Pois nem quero acreditar
Que continua a batalha
Com a vida em constante girar
Não é permitida uma falha
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