Quando me olho ao espelho
Não reconheço a imagem
Parece que sou um velho
Composto de cartilagem
Não noto pernas nem braços
Nem a cara ou o pescoço
Há um corpo aos pedaços
De músculos e só um osso
Ao espelho só vejo nervos
Muitas coisas palpitantes
São emoções em acervos
Conjunto de vários instantes
E quando do espelho me afasto
Os defeitos só sabem crescer
O cérebro vem por arrasto
Se o corpo pensa em morrer
As alegrias fenecem
Recordo apenas o erro
Só tristezas prevalecem
Quando a máquina dá o berro
(Ilustração: @catarinaqualquercoisa
www.instagram.com/catarinanasnuvens)
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