Provérbios Provados noutras casas:

sábado, 30 de junho de 2018

Provérbio provado rimado - CCCLXXXIII

Claro que é necessário o dinheiro
Mas no bolso é tão passageiro
O custo de vida a aumentar
Nunca dá para comprar caviar

Quando se começa a pedir
Emprestado só faz mais sumir
É bom que te fiques pelo teu
Conselho de borla te dou eu

Porque se as contas mal paradas
Dificilmente são sanadas
Não queiras contas com parentes
Nem sequer dívidas com ausentes

Provérbio provado rimado - CCCLXXXII

O professor lá na sala
Pôs o Joãozinho com tala
Com porradinha se fazia
A antiga pedagogia

Mas havia truques infalíveis
Que se tornavam inesquecíveis
Mnemónicas a decorar
Muito fáceis de memorizar

Uma dica muito valorosa
É que a lua é mentirosa
Quando cresce faz um D
E quando mingua um C

Provérbio provado num verso branco - XL

Com um pé atrás

A cada manhã nova espera
Principia uma esperança
Ele veste-se de si mais uma vez
E só por esse dia aprende a colorir a dúvida
Fingirá que sabe ao que veio
Dará passos adiante com suposta firmeza

A cada noite que chega
O medo do escuro da solidão
Ele despe-se de si até amanhã
E por umas horas larga os pincéis
Fingirá que consegue dormir
Retrocederá um passo com infinita tristeza

Provérbio provado desdenhado

Triângulos amorosos são geometrias bem antigas neste mundo. É o que temos em mãos: o Gonçalo conheceu a Susana e a Filipa numa festa, apaixonou-se perdidamente pela primeira, não ligou nenhuma à segunda e a primeira, por sua vez, não lhe prestou atenção. Na semana seguinte, apareceu sem avisar na loja onde a Filipa trabalhava para lhe pedir conselhos e que fizesse o favor de lhe traçar um retrato da Susana a fim de lhe chegar mais rápido às portas do coração. Uma Filipa surpreendida engoliu em seco e prestou-se então à descrição pormenorizada da amiga de infância, lamentando-se interiormente que ele não pendesse para o seu lado. Pediu-lhe que aguardasse e, logo que pôde, fechou a pesada grade da porta da loja e encaminhou-o para o café mais próximo.

- Estás com tempo, Gonçalo? É que não te consigo descrever a Susana em duas linhas; como qualquer mulher, é bastante complexa e guarda muitos segredos no coração. Enfim... conheço alguns e prometi que te ajudava, não foi? O estímulo intelectual é, de longe, o maior afrodisíaco para a Susana, não há nada que a atraia mais do que uma conversa interessante, É uma mente aberta, comunicativa e imaginativa e não tem medo de correr riscos. Mas, se o que desejas é um relacionamento a longo prazo, então terás de ser íntegro e honesto. A Susana é leal e comprometer-se-á, caso venha a gostar de ti, sem nunca ser possessiva. Até a conheceres melhor, há-de parecer-te um pouco fria e até distante. Porém não te amedrontes, Gonçalo, já sabes que

- Quem desdenha quer comprar

Provérbio provado rimado - CCCLXXXI

Cuidado estás a meter água
E nos outros podes causar mágoa
Com água por todos os lados
Ficam os peixes bem lavados

Provérbio provado rimado - CCCLXXX

Se há coisa mesmo certa
É saber onde o sapato aperta
Dizer direitinho o local
Sabe-o bem cada qual

E quando há um joanete
Sapato que exala pivete
É bem pior a chatice
Só aumenta a rabujice

Não há sapatos perfeitos
Quando oa pés são mal feitos
Melhor andar de cú tremido
Ir a pé não faz muito sentido

Provérbio provado num verso branco - XXXIX

Tenho o nome de uma flor quando me chamas

És uma flor do campo nem bonita nem feia
Mas o teu odor é tão característico que incomoda os narizes
Não é desagradável
Não me interpretes mal
Se eu nem sequer usei do olfacto quando estavas no berço
Tinha os sentidos ainda a dormir na hora em que nasceste
Quando despertei já tu eras grande
Sem tempo para me tirar as medidas da corola

És um espinho que se crava nas memórias
Ainda não te conheço e já chupei o sangue dos meus dedos
E já sabes com toda a certeza que também sou uma flor
Daquelas flores tristes que abundam pelas cidades
Habitando numa nesga de terra suja sem erguer as pétalas para a luz
Como um navio naufragado cheio de tesouros escondidos
Eu ainda a aprender como se faz
Que viver não custa
O que custa é saber viver

Ambos flores tão juntas porque separadas
Sabendo que amanhã e depois continuaremos assim

Provérbio provado rimado - CCCLXXIX

Depois de conseguir planear
O difícil é só começar
Uma vez caminho começado
É meio caminho andado

E já que isto assim é
O resto é fazê-lo a pé
Num instante chega o fim
A meta nunca é ruim

Provérbio provado rimado - CCCLXXVIII

Dos subúrbios à grande cidade
Embarcar à hora de ponta
É bem triste realidade
E o passe às vezes nem conta

Porque se chama social
Se no fundo é uma roubalheira?
Não há espaço e é fundamental
Que se apanhe o comboio à primeira

Percorrer inteira a linha
De um pesadelo se trata
Que remédio é a vidinha
Viajar como sardinha em lata

quinta-feira, 28 de junho de 2018

Provérbio provado rimado - CCCLXXVII

Há pessoas que são tão sensíveis
A critérios que são discutíveis
Mas não olham por elas abaixo
Para se lerem é o que acho

Não conseguem ver-se ao espelho
Nem aceitam nenhum conselho
É preciso trazer nas palminhas
Essa gente que é mariquinhas


Provérbio provado rimado - CCCLXXVI

Vai com as outras a Maria
Gosta de praticar a empatia
E então mal chegou aos trinta
Quis parir com toda a pinta

Reservou clínica privada
Mas ela é só remediada
Quando soube qual era a conta
Percebeu que era de monta

Mal a cegonha chegou de Paris
A Maria ficou muito feliz
E como de ir com as outras gosta
Foi dar à luz na Alfredo da Costa

Provérbio provado rimado - CCCLXXV

Ás vezes o quotidiano
Limita-se à repetição
Há que observar esse dano
Que nos distrai a atenção

Parece que robôs nós somos
Cântaro que vai muito à bica
E ainda ontem lá fomos
Cuidado que um dia lá fica

Provérbio provado enviuvado

Joana ficara viúva muito nova. Ricardo deixara-a precocemente, mas de mealheiro cheio, sem preocupações de ganha pão. Durante quase dez anos não quis ninguém e só a solidão lhe fazia companhia na almofada. Sonhava tanto com uma relação de tal forma perfeita que achou que nunca mais teria outro marido.
Imaginou que só um grande amor a salvaria de si própria, até que chegou aquela manhã em que descobriu com surpresa que já se tinha encontrado. O mais engraçado é que não acontecera nada: nenhum parágrafo de livro ou diálogo de filme daqueles que pareciam talhados de foice para ela, tão pouco um encontro mais especial onde o mundo tivesse parado em redor de uma mesa de café. Foi assim de repente: o seu pensamento mudou e passou a ser uma mulher desembaraçada, solta, leve. Guardou a régua e o esquadro com que costumava medir os seus passos numa gaveta e deitou fora a chave. 
Agora que desistira de procurar o amor, era o amor que tentava encontrá-la a todo o custo. Até o sexo deixou de ser exaustão e obrigação, tentativa trôpega de agradar; tornou-se numa libertação quando perdeu a preocupação de contar os orgasmos, os seus e os do outro.
Os candidatos acotovelavam-se e Joana via-se pela primeira vez na vida com excesso de oferta: não dava vazão. Se era pelos seus lindos olhos ou pela conta choruda no banco, só havia uma forma de descobrir...

- Viúva rica solteira não fica

Provérbio provado vindimado

Ficávamos, eu e a minha irmã, a contar os dias até ao fim das aulas. As férias de Verão duravam mais de três meses e eram passadas no campo. 
O avô era o orgulhoso proprietário de uma nesga de terra estreitinha e comprida que terminava num riacho com caniçais e se chamava várzea. Todos os dias trotávamos em fila atrás dele, pisando-lhe os calos no caminho. Uma vez lá chegadas, brincávamos a fazer bolos de terra, estruturas cujos habitantes eram caracóis, limpávamos o rabo às folhas das videiras quando surgia alguma necessidade mais urgente e soprávamos nas flautas arcaicas que o avô talhava a partir das compridas canas junto ao riacho. 
Também ajudávamos na agricultura: os mais de três meses comportavam a apanha de variadíssimas frutas e a várzea, apesar de pequena, tinha pelo menos uma ou duas árvores de cada espécie. Haviam os pêssegos, as maçãs e as pêras - que tinham de se colher com muito cuidado para não partir o caule, sob pena de apodrecerem. Haviam os melões, as nozes que secavam depois no terraço e os figos que comíamos directamente da árvore - o avô ria-se muito enquanto dizia "não vou contigo aos figos" numa alusão à minha altura considerável para a idade. Apanhavam-se também as pinhas quando se soltavam do enorme pinheiro manso e caiam no chão com estrondo e delas sacudiam-se os pinhões que o avô depois partia pacientemente um a um com um martelo muito pequeno e que eu e a minha irmã engolíamos quase sem mastigar. 
O clímax de todas as colheitas era a época das vindimas. Davam-nos um balde e uma tesoura pequenita de podar e eram esses uns dias de brincadeira pegada em que atrapalhávamos mais do que ajudávamos e enchíamos a barriga de uvas até não poder mais. Os adultos carregavam pesadíssimos cestos que despejavam nas tinas atreladas aos carros de bois e, uma vez finda a apanha, as uvas eram transportadas para os lagares onde eram esborrachadas pelos pés de miúdos e graúdos no meio de cantorias. Iam-se lavando os cestos das uvas, as barricas aguardavam o mosto e começávamos a ficar tristes: o fim das vindimas significava que as férias estavam a terminar e que logo logo deixaríamos a liberdade do campo e teríamos de regressar à cidade.

- Até ao lavar dos cestos é vindima

Provérbio provado num verso branco - XXXVIII

Tipo isto, tipo aquilo

Recusa de um, oferta do outro
Uma espécie de uma coisa parecida com o amor
Basta estender a mão
Aqueles que não têm medo de ficar sem um dedo
Com menos um dedo também tipo se ama
Até com menos dois ou três
Até os canhotos amam, calha bem!
É tudo uma questão de perspectiva:
É dar o peito às balas e ir à confiança
O que não mata engorda
Na melhor das hipóteses
O que mata mais rápido os magros é tipo outra coisa qualquer
Já ninguém morre de amor, convenhamos...

Provérbio provado rimado - CCCLXXIV

A casa não se quer grande
Para ser igual ao ninho
E a simplicidade me mande
Ir pedir sal ao vizinho

É tão bom este à vontade
Com quem de vós entra aqui
Independente da idade
Toca à campainha e sorri

Sois sempre muito bem vindos
Mesmo se formos cinco mil
E terei abraços infindos
Para todo e qualquer civil

Provérbio provado num verso branco - XXXVII

Depois de acabar a Primavera
Foi quando nos tranformámos em sonhadores
E deixamos de olhar para o relógio
Eu e tu
Querendo acrescentar mais tempo à ausência
Cantar a voz dos mudos
Ver o arco íris dos cegos
Fizemos tudo errado meu amor
E no fim sentimos nos lábios
O sal que nos escorria abundantemente dos olhos
Mas eram lágrimas de crocodilo as nossas
Sempre soubemos que eu e tu não era igual a nós

Provérbio provado rimado - CCCLXXIII

Mudar fraldas e dar a papa
É rotina de qualquer mãe
Mesmo que queira não escapa
Sentir-se-á sempre aquém

E lá no fundo ela acha
Que podia fazer melhor
Por mais que faça não relaxa
Quer dar cada vez mais amor

Os bebés crescem e vão à escola
Aprendem a ler e a escrever
Se progridem a mãe se consola
Se relembra que é uma mulher

À medida que os anos passam
Vão precisando menos dela
E às vezes a mãe escorraçam
Se se vai despedir à janela

Quando ela enfim pensa
Que os filhos já estão criados
Tiram de condução a licença
E só dão trabalhos dobrados

Provérbio provado rimado - CCCLXXII

A festa lá da terrinha
Costumava estar à pinha
Mas naquele dia aziago
Só apareceu o Tiago

A mãe a prima e a tia
E os dois filhos da Maria
Meia dúzia de gatos pingados
Porém muito bem engomados

As sardinhas ficaram cruas
Não se via gente nas ruas
A banda nem chegou a tocar
Pois ninguém queria dançar

O que terá acontecido?
Não se ouvia sequer um zumbido
Foi a festa mais triste que houve
Só se leiloou uma couve

Provérbio provado rimado - CCCLXXI

O Jorge é mentiroso
Cobarde e muito teimoso
Está sempre a inventar
E a pés juntos jurar

Se houver justiça divina
O Jorge há-de ter má sina
Um futuro encalacrado
E o intestino obstipado

Terá do mau colesterol
Fará xixi no lençol
Será um precoce xéxé
Ninguém nele terá fé

Provérbio provado num verso branco - XXXVI

Ontem parecer-me-á já ter vivido tanto
Amanhã foi há muito tempo e não soube nada
E tudo sobra por descobrir
A vida sempre essa busca incessante
Uma novidade que se repete e um novo passado
Teimosamente regresso às mesmas perguntas
Já sei que não sei responder que não sei

Por isso escrevo nos antípodas
Nunca numa monotonia morna
As velas do meu moinho à roda à roda
A mó de baixo inspira-me e a de cima exalta-me
O vento é a caneta que a mão me guia
Não é suficiente a farinha com que componho versos como pão para a boca
Mas escrevo em primeiro lugar para meu alimento
Para satisfazer a fome das palavras dentro de mim

quarta-feira, 27 de junho de 2018

Provérbio provado apaixonado - III


Na época das expectativas, escrevi-te quase uma oração.
A força que me dás nasce e explode logo a seguir, sem dizer ao que vem e não vem quando é precisa. O teu todo é um dedo que me aponta para ti, universo que me apareceste e me indicas o caminho para que te siga: és a minha via. E acalentas-me no mais íntimo voo. Trazes o olhar dos gatos e o teu nome é o da noite perfeita. Sei que me saberias, mas pergunto-me se conservarás a hora em que cresceste para mim, bem me lembro…
Tenho necessidade de ti quando longe sem ti. Aí tenho mais vontade de ti do que quando contigo. Ridículo e estranho, mas pensando bem é mesmo essa contradição. É que o amor dever-se-ia encontrar com outros braços – outros! - e não prolongamentos dos que temos.
Agora vou esconder-me de ti até sentires a minha falta. Corro o risco de me esqueceres definitivamente, mas não corro atrás de ti. Não levo ninguém comigo.

- Quem não aparece, esquece

Provérbio provado amargurado


Tudo nos tempos modernos se baseia na usabilidade. Se não frui imediatamente, não sobra nada que se possa emoldurar. Deita-se fora, segue-se adiante. Os remorsos não entram na equação: cada um que se amanhe como puder e de preferência com um sorriso na cara.

A escrita inteligente transforma a escrita reflectida. Quando se escreve agora amor, a sugestão é amordaçar: o que não deixa de ter uma certa graça para um humor algo ácido.
Este amor mais presente escreve-se no plural. Ousou ser para toda a vida, mas já se sabe que o mercado não permite essas inclinações sentimentais. Todas as metáforas outrora apropriadas estão obsoletas. Onde é que já se viu comparar o amor a uma flor que todos os dias tem de ser regada? A uma ponte que une as duas margens? Coisa de gente tola e crédula!

Romântico é passado. Desenraizado é que é bom. Descomprometido, pronto para a próxima aventura. Bem se podem tentar as duas abordagens, que só pode sobrar o melhor amor: o filial. Esse sim, certinho como o destino. Só que depois é uma merda. A falta de amor vai-nos fodendo por dentro.
Que me perdoem os que julgam viver um amor verdadeiro: nunca esperei servi-lo com palavrões num mesmo parágrafo.


- Amor de Verão não dura mais que uma estação


terça-feira, 26 de junho de 2018

Provérbio provado rimado - CCCLXX

Se tu tens daquela esperteza
Que saloia costumam chamar
Espera vou ali e já venho
É melhor que te queiras sentar

Se esfregas as mãos de contente
E demais actos de bazófia
Te esforças por ser espertalhão
Já se vê que é só farófia

Se és um espanta patrulhas
Talvez também seca adegas
Senta nesse banco pianinho
Cala a boca e vê lá se sossegas

Mas se nem com avisos lá vais
Não me deixas então outra escolha
Tiro um dia a faca da liga
Perco o tino e faço-te a folha

Provérbio provado rimado - CCCLXIX

Cada homem é um labirinto
De si mesmo se pode perder
E tardar em reaparecer
Assim tantas vezes me sinto

Da minha alma ando à procura
Ou do que chamam essência
Tento respirar paciência
Mas só encontro loucura

Nesse labirinto perdida
Já nem sei o que procurar
E desejo um outro lugar
Não esta busca repetida

Dentro do meu ser essa estrada
Onde o futuro se desfaz
Ora em frente ora para trás
Cada passo é uma encruzilhada

Assim volta e meia me deparo
Com mais um beco sem saída
Então amaldiçoo esta vida
Que me rouba sempre um amparo


Provérbio provado rimado - CCCLXVIII

Vê lá filha não faltes à aula
Dizia firme a mãe da Paula
Mas se não queres retroceder
Sempre custa um pouco aprender

A miúda lá ia de phones
Chamando a atenção dos mirones
Com os livros debaixo do braço
Que levava com muito embaraço

Foi-se baldando e de repente
Deu por si e era repetente
E a mãe obrigou-a a estudar
Que era proibido chumbar

Logo a Paula se tornou atenta
Não se queria formar aos quarenta
E então terminou o liceu
Com as notas que bem mereceu

Teve vaga numa faculdade
Que ficava na grande cidade
Queimou uma a uma pestana
Até estudava ao fim de semana

A mãe dela era proverbial
E mal chegou o curso ao final
Saiu-se com uma frase feita
Dirigida à filha perfeita

Paulinha muito te aplicaste
Tantos conceitos empinaste
Que o saber não ocupa lugar
Pode encher que não vai rebentar

Provérbio provado rimado - CCCLXVII

O João é deveras sovina
Nunca põe o pé na piscina
Pois o mar é para ser desfrutado
Desta forma ele foi ensinado

Ainda bem que é grátis o sol
E dá na TV o futebol
O carro parado na garagem
Poupa ao João a portagem

Em criança na casa dos pais
Limpava o rabo aos jornais
Foi assim que desde pequenino
Aprendeu a torcer o pepino

Tanto torce que ao fazer salada
A alface fica mal lavada
De cebola só duas rodelas
De pepino uma data delas

(Ilustração: www.facebook.com/Junkhead)