Repara agora em mim
Repara que se te chamo não é para te aprender
Mas para que te veja a saberes-me cada vez mais
Por isso toco à campainha do prédio que és tu e depois fujo
Enquanto perguntas duas vezes quem é quem sou
Repara que à medida que a tua curiosidade vai crescendo
Vou surgindo e desaparecendo tal as cartas de um mágico
Ciente de que o impalpável mistério leva ao extravio do ânimo
Repara como me exponho num alfabeto sem éfes e érres
Cheio de pontas soltas com vocábulos por inventar
Tantos que se chegares a escrever em mim lamentarás
Teres empreendido a sequência de frases tamanhas
Repara que não pontuo os meus versos propositadamente
Senão ficavas a conhecer todos os meus segredos não era?
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