O modo de ser mais alheio
Que aponta o dedo tremendo
E mostra também o do meio
Deito-me então a pensar
Que não é um acto correcto
Os defeitos de fora apontar
No que na gente é secreto
Portanto no que toca a mim
Gostava que fosse diferente
Houvesse abertura sem fim
Nos corredores da mente
E falassem então do que penso
Pensassem também no que falo
Sem um dedo hirto e tenso
Soubessem porque me calo
Assim caladinha converso
Com os botões da camisa
Que expõem um uso diverso
E me fazem ser mais concisa
Falando com os meus botões
Eu faço caretas ao espelho
E quando prevejo aflições
Peço aos botões um conselho
Não é que um simples botão
Seja melhor que um amigo
Mas ouço a voz da razão
Falando a sério comigo
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