Há algumas mentiras que prego
Que fazem muito bem ao ego
Costumo chamar-lhes piedosas
Por estarem delas desejosas
Bem sei que não são verdade
Não prejudicam a sociedade
E torno alguém mais feliz
Quando lhe elogio o nariz
Pode ser um nariz todo torto
Que se partiu numa ida ao Porto
Mas a pessoa sorri de contente
Cada vez que me vê à frente
Nota-se que vem predisposta
Que numa boa conversa aposta
Sabe que não me ponho com fintas
Por isso está nas suas sete quintas
quarta-feira, 17 de abril de 2019
Provérbio provado rimado - DIX
Era uma vez uma história
Que não termina com glória
Queria substituir uma mãe
Mas foi debalde porém
É que mãe há só uma
Em seu lugar vem nenhuma
Porque sogra ou madrasta
Só o nome lhes basta
Que não termina com glória
Queria substituir uma mãe
Mas foi debalde porém
É que mãe há só uma
Em seu lugar vem nenhuma
Porque sogra ou madrasta
Só o nome lhes basta
terça-feira, 16 de abril de 2019
Provérbio provado rimado - DVIII
É tão bom férias tirar
Para poder ir passear
Viajar e fugir à rotina
Abraçar a irmã Catarina
Depois para a serra do Açor
Onde nunca faz mesmo calor
É sempre bom porque a mudança
Por mais pequena descansa
Para poder ir passear
Viajar e fugir à rotina
Abraçar a irmã Catarina
Depois para a serra do Açor
Onde nunca faz mesmo calor
É sempre bom porque a mudança
Por mais pequena descansa
Provérbio provado rimado - DVII
Tu não sejas precipitado
Quando vais a festa preparar
Nem andes sempre adiantado
A pensar em como a organizar
Convites velas e ementa
Vai ser uma festa de arromba
Marcados para as três e quarenta
Foguetes com barulho de bomba
Tens saquinhos de confetes
Ninguém vai dormir a sesta
Porque atirarás os foguetes
Antes de começar a festa
Quando vais a festa preparar
Nem andes sempre adiantado
A pensar em como a organizar
Convites velas e ementa
Vai ser uma festa de arromba
Marcados para as três e quarenta
Foguetes com barulho de bomba
Tens saquinhos de confetes
Ninguém vai dormir a sesta
Porque atirarás os foguetes
Antes de começar a festa
sábado, 13 de abril de 2019
Provérbio provado rimado - DVI
Leiteira era a vaca da minha vizinha
Que dava mais leite que uma galinha
Logo pela manhã ela fazia mú mú
Uma fresca bosta lhe saía do cu
A vizinha trazia-me leite docinho
A bem da verdade ainda vinha quentinho
Bebia-o de um trago e arrotava em seguida
Ia para o trono encantado da vida
A vaquinha foi crescendo crescendo
E pelo prado já não ia correndo
Chegou um dia mú mú finou-se
E assim acabou-se o que era doce
Que dava mais leite que uma galinha
Logo pela manhã ela fazia mú mú
Uma fresca bosta lhe saía do cu
A vizinha trazia-me leite docinho
A bem da verdade ainda vinha quentinho
Bebia-o de um trago e arrotava em seguida
Ia para o trono encantado da vida
A vaquinha foi crescendo crescendo
E pelo prado já não ia correndo
Chegou um dia mú mú finou-se
E assim acabou-se o que era doce
Provérbio provado rimado - DV
A lavagem não faz confusão
Mas não ao cérebro com sabão
Isto por aí se vê na TV
Com gente que se trata por você
Seja de política ou de futebol
Até falam do campeonato espanhol
São mesas redondas de especialistas
Pessoas que gostam de dar nas vistas
Eles usam bastante a contradição
E para despistar perguntam perdão
Feita a festa de perito em perito
Fica afinal o dito por não dito
Mas não ao cérebro com sabão
Isto por aí se vê na TV
Com gente que se trata por você
Seja de política ou de futebol
Até falam do campeonato espanhol
São mesas redondas de especialistas
Pessoas que gostam de dar nas vistas
Eles usam bastante a contradição
E para despistar perguntam perdão
Feita a festa de perito em perito
Fica afinal o dito por não dito
Provérbio provado rimado - DIV
Um cãozito quando passa
Por uma vinha vindimada
Podem rir não é chalaça
Não repara não em nada
Há quem passe assim p'la vida
Focinho pregado ao chão
Parece que a vive iludida
Sem coragem sem coesão
Por uma vinha vindimada
Podem rir não é chalaça
Não repara não em nada
Há quem passe assim p'la vida
Focinho pregado ao chão
Parece que a vive iludida
Sem coragem sem coesão
Provérbio provado rimado - DIII
De borla há muito conselho
De quem quer meter o bedelho
Mas há que saber distinguir
O palpite que se deve ouvir
Amigo fiel é sapiente
Dá sempre aviso inteligente
Por isso a conselho amigo
Não feches tu teu postigo
De quem quer meter o bedelho
Mas há que saber distinguir
O palpite que se deve ouvir
Amigo fiel é sapiente
Dá sempre aviso inteligente
Por isso a conselho amigo
Não feches tu teu postigo
Provérbio provado rimado - DII
Há gente que não quer entender
Não se sabe o porquê de o fazer
Teimam teimam sempre porque sim
Ficam na deles até ao fim
Que os ature quem tem muita paciência
A estupidez é uma espécie de incompetência
É mais fácil chegar-se um touro a um mourão
Do que chamar um estúpido à razão
Não se sabe o porquê de o fazer
Teimam teimam sempre porque sim
Ficam na deles até ao fim
Que os ature quem tem muita paciência
A estupidez é uma espécie de incompetência
É mais fácil chegar-se um touro a um mourão
Do que chamar um estúpido à razão
Provérbio provado rimado - DI
Agora com o Navegante
Quem é da área de Lisboa
Pode bem a qualquer instante
Andar de transportes numa boa
Tira o passe por um baixo preço
E não fica arrependido
Eu idem pois também mereço
Andar sempre de cu tremido
Quem é da área de Lisboa
Pode bem a qualquer instante
Andar de transportes numa boa
Tira o passe por um baixo preço
E não fica arrependido
Eu idem pois também mereço
Andar sempre de cu tremido
Provérbio provado rimado - D
Lá por seres vegetariano
Ovolacto ou até vegano
Ou isso ou coisa que tal
Não comas papel vegetal
Às vezes pareces ter fome
Tens cara de quem não come
Alimento que te satisfaça
Peixinho que compres na praça
Seitan soja e tofu
Ninguém come como tu
Baga de gogi e semente
Com isso não aguças o dente
Ovolacto ou até vegano
Ou isso ou coisa que tal
Não comas papel vegetal
Às vezes pareces ter fome
Tens cara de quem não come
Alimento que te satisfaça
Peixinho que compres na praça
Seitan soja e tofu
Ninguém come como tu
Baga de gogi e semente
Com isso não aguças o dente
sexta-feira, 12 de abril de 2019
Provérbio provado rimado - CDXCIX
Os padres hoje em dia
Já não dizem missa em latim
Mas não quer dizer ó Maria
Que seja até melhor assim
É que muitas das alminhas
Que assistem ao sermão
Não sabem estar quietinhas
Nem levam o joelho ao chão
Só lá vão se são obrigadas
Acreditem que não dizem que sim
Quando acaba ficam descansadas
O melhor da missa é chegar ao fim
quarta-feira, 10 de abril de 2019
Provérbio provado rimado - CDXCVIII
Quando se entra na farmácia
Quer se leve receita ou não
Existem com muita eficácia
Remédios para qualquer questão
Para os lapsos de memória
Dor de estômago e também febre
Para enganos de trajectória
E mordeduras de lebre
Para as picadas de insectos
Todo o género de fobia
Achaques bem mais concretos
Que surgem de noite ou de dia
Quem não tem doença é sortudo
É sinal que na vida é forte
Porque há remédio para tudo
Só não há remédio para a morte
Quer se leve receita ou não
Existem com muita eficácia
Remédios para qualquer questão
Para os lapsos de memória
Dor de estômago e também febre
Para enganos de trajectória
E mordeduras de lebre
Para as picadas de insectos
Todo o género de fobia
Achaques bem mais concretos
Que surgem de noite ou de dia
Quem não tem doença é sortudo
É sinal que na vida é forte
Porque há remédio para tudo
Só não há remédio para a morte
Provérbios provados seleccionados - VIII
Comecei a contar histórias a partir de provérbios em 2005, por convite dos amigos do Ventoinha, tendo criado este blog em 2008. Hoje trago-vos mais uma selecção de provérbios em prosa que nesta casa foram provados. Apresento o ditado popular que deu origem ao conto; ao clicarem no link poderão ler a história respectiva. Espero que gostem!
- Os dedos da mão são irmãos mas não são iguais
- Saúde e geração não se apura
- Enquanto há vida, há esperança
- Quem dá o pão dá educação
- Vícios privados, públicas virtudes
- Quem dá o que tem, a mais não é obrigado
- Manda quem pode, obedece quem tem juízo
- Na escola da vida não há férias
- Sair o tiro pela culatra
- Os dedos da mão são irmãos mas não são iguais
- Saúde e geração não se apura
- Enquanto há vida, há esperança
- Quem dá o pão dá educação
- Vícios privados, públicas virtudes
- Quem dá o que tem, a mais não é obrigado
- Manda quem pode, obedece quem tem juízo
- Na escola da vida não há férias
- Sair o tiro pela culatra
terça-feira, 9 de abril de 2019
Provérbio provado rimado - CDXCVII
Não peças a quem pediu
Nem sirvas a quem serviu
Sofrerás humilhações
Quando desejas atenções
Se evidenciares sinais
De ter necessidades iguais
Ou de qualquer dependência
Que te falte à sobrevivência
Serás decerto maltratado
E muito escorraçado
Por quem hoje tem segurança
Está cheio de confiança
Teve possivelmente um passado
Todo de pobreza marcado
Subserviente e submisso
Até de decisões omisso
Mas agora sente-se um rei
Faz da sua palavra uma lei
Já sabes não lhe peças nada
Vai dar-te resposta errada
Nem sirvas a quem serviu
Sofrerás humilhações
Quando desejas atenções
Se evidenciares sinais
De ter necessidades iguais
Ou de qualquer dependência
Que te falte à sobrevivência
Serás decerto maltratado
E muito escorraçado
Por quem hoje tem segurança
Está cheio de confiança
Teve possivelmente um passado
Todo de pobreza marcado
Subserviente e submisso
Até de decisões omisso
Mas agora sente-se um rei
Faz da sua palavra uma lei
Já sabes não lhe peças nada
Vai dar-te resposta errada
domingo, 7 de abril de 2019
Provérbio provado segredado
O André Gracioso vivia rodeado de livros. Devorava-os desde que acordava até se deitar. Romances, policiais, poesia: marchava tudo!, que o André não era esquisito. Como estava desempregado, saía diariamente para esticar as pernas, sempre com um volume debaixo do braço. Os livros eram os seus melhores amigos.
Dito assim, pode pensar-se que o André era pouco gregário mas, pelo contrário, até era uma criatura bastante sociável. A sua reduzida quantidade de amigos não se devia à misantropia ou tiques de exigência, mas sim à sua condição de surdo mudo. Com grande pena do André, não havia muita gente que soubesse a língua gestual; ele sabia ler nos lábios, mas depois as pessoas não conseguiam interpretar a resposta nas suas mãos.
Com o advento das redes sociais e seu recurso à palavra escrita, o André viu o seu círculo de amigos aumentar. Lia e comentava o que escreviam e partilhava publicações a granel. Era muito activo, manifestava opiniões, insurgia-se regularmente e tinha sempre uma palavra a dizer.
Um dia perdeu-se de amores pela Sandrina, uma loura muito alta e pestanuda, que lhe deu mais conversa do que habitualmente faziam as mulheres depois de saberem da sua condição. Foi obrigado a confessar-lha, pois ela enviara-lhe uma mensagem de voz que, mau grado seu, não pudera ouvir nem tão pouco retribuir.
A relação virtual foi evoluindo gradualmente com algumas reservas de parte a parte. Da parte do André Gracioso já conhecemos as razões. Da parte da graciosa Sandrina estamos prestes a descobrir, pois tudo se precipitou numa madrugada de insónia em que a preocupação que tanto a angustiava a não deixava dormir. O André, desempregado como já sabemos, deitava-se bastante tarde e, nessa noite, dispôs-se a fazer-lhe companhia.
- Julgo que já sabes que podes confiar em mim, Sandrina. Conta-me o que te aflige...
O André não estava preparado para tal notícia. Ficou aterrado. A quantidade de livros que lera não lhe abrira suficientemente o espírito. No dia seguinte, todos os contactos do André ficaram a saber que a Sandrina afinal era um homem.
- Confia o teu segredo a um mudo e falará
Dito assim, pode pensar-se que o André era pouco gregário mas, pelo contrário, até era uma criatura bastante sociável. A sua reduzida quantidade de amigos não se devia à misantropia ou tiques de exigência, mas sim à sua condição de surdo mudo. Com grande pena do André, não havia muita gente que soubesse a língua gestual; ele sabia ler nos lábios, mas depois as pessoas não conseguiam interpretar a resposta nas suas mãos.
Com o advento das redes sociais e seu recurso à palavra escrita, o André viu o seu círculo de amigos aumentar. Lia e comentava o que escreviam e partilhava publicações a granel. Era muito activo, manifestava opiniões, insurgia-se regularmente e tinha sempre uma palavra a dizer.
Um dia perdeu-se de amores pela Sandrina, uma loura muito alta e pestanuda, que lhe deu mais conversa do que habitualmente faziam as mulheres depois de saberem da sua condição. Foi obrigado a confessar-lha, pois ela enviara-lhe uma mensagem de voz que, mau grado seu, não pudera ouvir nem tão pouco retribuir.
A relação virtual foi evoluindo gradualmente com algumas reservas de parte a parte. Da parte do André Gracioso já conhecemos as razões. Da parte da graciosa Sandrina estamos prestes a descobrir, pois tudo se precipitou numa madrugada de insónia em que a preocupação que tanto a angustiava a não deixava dormir. O André, desempregado como já sabemos, deitava-se bastante tarde e, nessa noite, dispôs-se a fazer-lhe companhia.
- Julgo que já sabes que podes confiar em mim, Sandrina. Conta-me o que te aflige...
O André não estava preparado para tal notícia. Ficou aterrado. A quantidade de livros que lera não lhe abrira suficientemente o espírito. No dia seguinte, todos os contactos do André ficaram a saber que a Sandrina afinal era um homem.
- Confia o teu segredo a um mudo e falará
Provérbio provado num verso branco - XLIX
Plantar verde para colher maduro
Conheci-te amanhã
Mas já te esboço um verso nublado
Este que concebo qual manifesto
E assim aqui te declaro único e em crescendo
Chega essa cadeira para mais perto de mim
Que preciso que me escutes me compreendas
Me espantes os pesadelos as insónias
E me espantes
Pois todo o mundo é tão pouco
Para quem como eu não quer nada
Conheci-te amanhã
Mas já te esboço um verso nublado
Este que concebo qual manifesto
E assim aqui te declaro único e em crescendo
Chega essa cadeira para mais perto de mim
Que preciso que me escutes me compreendas
Me espantes os pesadelos as insónias
E me espantes
Pois todo o mundo é tão pouco
Para quem como eu não quer nada
sábado, 6 de abril de 2019
Provérbio provado rimado - CDXCVII
Lá em casa há direitos iguais
Só que ela trabalha mais
Isto enfim reconhece o Manel
Quando analisa o seu papel
A Dora acorda mais cedo
Sua vida não tem folguedo
Começa logo a trabalhar
E só pára depois do jantar
Ela é roupa louça e comida
Anda sempre numa corrida
Ainda tem o emprego lá fora
Ai que vida a pobre da Dora
É preciso ter muita estaleca
E o Manel com a sua bejeca
Vê lá vai entreter o menino
Homem por favor põe-te fino
Só que ela trabalha mais
Isto enfim reconhece o Manel
Quando analisa o seu papel
A Dora acorda mais cedo
Sua vida não tem folguedo
Começa logo a trabalhar
E só pára depois do jantar
Ela é roupa louça e comida
Anda sempre numa corrida
Ainda tem o emprego lá fora
Ai que vida a pobre da Dora
É preciso ter muita estaleca
E o Manel com a sua bejeca
Vê lá vai entreter o menino
Homem por favor põe-te fino
Provérbio provado rimado - CDXCVI
O senhor Rui é um chato
Come tremoços do prato
Diz que fazem bem ao colesterol
E limpa os dedos ao lençol
Tem sempre um ar circunspecto
Nas escolhas é muito selecto
Traz sempre um calhamaço
Grande debaixo do braço
Nunca tira os óculos escuros
Esconde pensamentos obscuros
Enquanto os tremoços trinca
Com coisa séria não se brinca
Come tremoços do prato
Diz que fazem bem ao colesterol
E limpa os dedos ao lençol
Tem sempre um ar circunspecto
Nas escolhas é muito selecto
Traz sempre um calhamaço
Grande debaixo do braço
Nunca tira os óculos escuros
Esconde pensamentos obscuros
Enquanto os tremoços trinca
Com coisa séria não se brinca
Provérbio provado rimado - CDXCV
Com a enxurrada de turistas
Está Lisboa cheia de artistas
Abundam restaurantes da tanga
Cheios de truques na manga
Na rua o cartaz diz almoce
Mas a lasanha é do Pingo Doce
Molho ketchup é uma iguaria
Que faz de um prato uma porcaria
No fim quando vem a conta
Uma pessoa até fica tonta
O empregado fica a entreter
Mas é só para inglês ver
Está Lisboa cheia de artistas
Abundam restaurantes da tanga
Cheios de truques na manga
Na rua o cartaz diz almoce
Mas a lasanha é do Pingo Doce
Molho ketchup é uma iguaria
Que faz de um prato uma porcaria
No fim quando vem a conta
Uma pessoa até fica tonta
O empregado fica a entreter
Mas é só para inglês ver
Provérbio provado rimado - CDXCIV
Não há mês mais irritado
Do que Abril zangado
Nem mês mais agradecido
Do que o Maio florido
No que toca a Junho
Aqui deixo testemunho
Tem o dia mais extenso
Que eu o sol não dispenso
Em Julho os dias são quentes
Andam sorrisos nos dentes
Traz-nos a praia Agosto
Não é razão p'ra desgosto
Setembro vem com vindimas
Nunca mais acabam as rimas
Mas o Outono já espreita
Quando começa a colheita
Dali até ao Natal
O frio é coisa normal
E vem lá o novo ano
Repete-se o quotidiano
Do que Abril zangado
Nem mês mais agradecido
Do que o Maio florido
No que toca a Junho
Aqui deixo testemunho
Tem o dia mais extenso
Que eu o sol não dispenso
Em Julho os dias são quentes
Andam sorrisos nos dentes
Traz-nos a praia Agosto
Não é razão p'ra desgosto
Setembro vem com vindimas
Nunca mais acabam as rimas
Mas o Outono já espreita
Quando começa a colheita
Dali até ao Natal
O frio é coisa normal
E vem lá o novo ano
Repete-se o quotidiano
terça-feira, 2 de abril de 2019
Provérbio provado rimado - CDXCIII
Se ferradura desse sorte
Burro não puxava carroça
Tinhas fortuna até à morte
Nunca levavas uma coça
A roupa lavava-se sozinha
A comida aparecia pronta
Era simpática a vizinha
Ao invés de ser uma tonta
Os teus filhos eram doutores
Engenheiros eram teus netos
Em velho não terias dores
Teus amigos eram selectos
Tinhas no banco milhares
Fazias férias no estrangeiro
Na vida nunca havia azares
Era Verão o ano inteiro
Burro não puxava carroça
Tinhas fortuna até à morte
Nunca levavas uma coça
A roupa lavava-se sozinha
A comida aparecia pronta
Era simpática a vizinha
Ao invés de ser uma tonta
Os teus filhos eram doutores
Engenheiros eram teus netos
Em velho não terias dores
Teus amigos eram selectos
Tinhas no banco milhares
Fazias férias no estrangeiro
Na vida nunca havia azares
Era Verão o ano inteiro
Subscrever:
Mensagens (Atom)