Pode torná-lo mais semelhante
E calçar-lhe os sapatos de festa
É saber onde lhe apertam os calos
Ou experimentar-lhe as pantufas
Sempre que arruma as botas
Dá-nos a noção de como a vida lhe pesa
De como às vezes lhe é leve
Podemos deste modo também saber o lugar
Que preenchemos no seu lugar
Mas aqui termina a última réstia de empatia
Só um mesmo um próprio por dentro
Sabe com quantas veias se anima
Sabe quando o sangue nelas lhe gela
Quando o sangue no sangue lhe ferve
Cada um tem no âmago um território
Que até para si é quase desconhecido
Por lhe ter perdido a memória do passado
E formalmente dessa forma o passado
O coração dos outros é terra que ninguém pisa
Sem comentários:
Enviar um comentário