Provérbios Provados noutras casas:

terça-feira, 18 de julho de 2023

Provérbio provado confiado

Desde criança que era um indivíduo sério. Já indivíduo em criança e muito sério. Duplamente sério. Literalmente sério, na medida em que não se lhe media um sorriso nos dentes: apenas de raro quando em quando raro, os lábios se distendiam num esgar que imitava um sorriso. Figuradamente sério, no sentido em que levava as coisas a sério. Por coisas leia-se todas as coisas, mais as visíveis do que as invisíveis. Leia-se tudo, mesmo tudo tudinho, na sua vida.

Dava sempre o melhor possível de si mesmo. Esse melhor roçava o perfeccionismo obsessivo-compulsivo. Era um POC tal, que fazia jus à perfeição que o próprio se exigia em tudo onde metia a unha, que lhe conferia uma imagem interior superior de responsabilidade. Uma responsabilidade muito a sério, como se está bem de ver!

Nunca perdia de vista um objectivo e alimentava os pássaros na mão para que as hipóteses não lhe voassem a dobrar. Na sua mão firme. Era, por conseguinte, dono de uma vontade férrea, uma verdadeira máquina de guerra.

Esbanjava parte da imensa energia em braçadas largas na piscina, onde se sentia como um peixe dentro de água. Em suma, não conseguia parar quieto, mas sem um pingo de nervosismo: tal como nas demais qualidades e defeitos, aceitava as suas características com total confiança na sua pessoa. E total seriedade, naturalmente.


- Quem é desconfiado não é sério 

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