Já antes de ter de as usar por imposição sanitária, abominava as máscaras. Muito antes da pandemia que abalou o século XXI ao chegar à vintena.
Nunca logrei compreender as pessoas que as vestiam como capa, esconderijo, alçapão. Essas eram as gentes que alvitravam que as máscaras eram uma necessidade, funcionando como defesa social e o mais das vezes laboral.
É verdade, sempre tive dificuldade em entender. Eu, a de cara lavada, peito aberto às balas e cérebro andarilho. E quem não gostasse dos perdigotos que tivesse lá paciência!
As ditas máscaras tinham o condão de me usurpar o ar até ao sufoco. Tal como me conseguiam oprimir quaisquer olhos altivos e línguas mentirosas.
E, tal como o vírus se foi embora, podendo as pessoas deixar cair definitivamente as várias protecções, também a dissimulação tende a resvalar, revelando-se a verdadeira face quando a face não espera.
- A mentira só dura enquanto a verdade não chega
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