Quando é esperada nunca chega
Quando chega não é esperada
Todavia já aqui devia estar, vão sendo horas
A felicidade já devia ter transporto a soleira
As raízes lançaram os seus braços sobre a terra
A palha secou há muito lá onde se seca a palha
A criança adormeceu acreditando que amanhã o final feliz virá
É fácil pôr as culpas no futuro
Para que se possa chamar-lhe futuro e não imitação
A felicidade é uma doidivanas, uma malandreca
Não tem metas, só rectas
Há-de aparecer de rompante levando tudo à frente
As lágrimas não terão memória de ter caído
Então é tomar-lhe o pulso e o gosto
Que se a felicidade é bruta
Experimentá-la total é brutal
Mas para ganhar na lotaria
É preciso comprar cautela
Despir-se da cautela
E dar uma mãozinha à felicidade
Fechar os olhos à beira do precipício
Esperando os pássaros que hão-de amparar a queda
terça-feira, 30 de janeiro de 2018
Provérbio provado num verso branco - XXIV
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