É cão que não conhece o dono
Gato que mija fora do penico
Um rato que dorme a sesta na ratoeira
Mesmo assim estes conseguem ser
Mais leais animais
Que o testa de ferro forjado
Assinando de cruz por cima da linha
Deitando abaixo o trabalho que não foi seu
É cão que não vem comer à mão
Gato que marca território no celeiro alheio
Um rato que se solta quando acorda
Mesmo assim estes conseguem ter
Menos terrenos venenos
Que o testa de ferro velho
Rangendo nas dobradiças podres
Tomando créditos em casa de outrém
É cão que ladra bem e também morde
Gato escondido com o rabo de fora
Um rato que só come brie fatiado
Mesmo assim estes conseguem ver
Quantos espantos quebrantos
Que o testa de ferro engomado
Saíndo de fatinho para um cruzeiro no Caribe
Dizendo adeus até ao meu regresso
É réptil com escamas e sangue frio
Picanha mais esfomeada do cardume
Um abutre alado em voo picado
Mesmo assim estes conseguem crer
Muitos intuitos fortuitos
Que esse triste testa enferrujado
Emprenhando pelos ouvidos sujos
Saudando o guardião dos infernos para assim enfim derreter
quarta-feira, 3 de janeiro de 2018
Provérbio provado num verso branco - XII
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