O André era a animação em pessoa e considerado o rei da festa, mesmo se não havia uma; para ele era a própria da vida uma festa! Muito criativo e expressivo, todas estas qualidades tornavam-no num indivíduo especialmente popular. O André sabia que caía facilmente no goto dos demais, por isso nunca se poupava a mais uma graçola, devidamente acompanhada pelo seu belo sorriso aberto de par em par: a popularidade assentava-lhe como uma luva, dava gosto só de ver! Os raros gregos e troianos para quem não caía imediatamente nas boas graças tomavam-no por um fulano leviano e algo irresponsável, mas era uma questão de poucas horas, vá, dias, para a ele se renderem e o reconhecerem mais que não fosse prestável. E era-o: o André atendia a todas as necessidades que podia de forma afável e o mais justa possível.
Havia também outra coisa pela qual o André era bastamente louvado: era o chamado homem de boas contas. O que ele detestava pedir emprestado! Mas a quem às vezes não faltam uns vinte cêntimos para o café?, quem não se depara de má cara com o Multibanco fora de serviço?, essas coisas acontecem até aos que descendem das melhores famílias, caramba! Mas ao André não, estava fora de questão! O André preferia até não beber o tal café e passar o dia ensonado, a ter de contraír uma dívida nem que fosse de um reles cêntimo. Talvez um exagero, uma picuinhice... Mas assim estava sempre de consciência tranquila e podia andar pela rua de costas direitas, esbanjando o seu largo sorriso, o que só o fazia ser mais apreciado ainda.
- Quem dívidas não tem, com a sua consciência está bem
terça-feira, 16 de janeiro de 2018
Provérbio provado nada endividado
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