Podes logo abraçar a certeza
Que não a tenho suficiente
Para discutir com a gente
Se ademais te pareço cansado
É do peso em excesso levado
Que aguentar a burrice alheia
É tarefa exaustiva e tão feia
Se crês que ninguém me adora
Podes ir desde já porta fora
Porque eu não pedi audição
Para ter amigos de feição
Se de mim me julgas tão cheio
Raramente os outros premeio
É melhor ser como um balão
Do que ser vazio por opção
Se pensas que me penso melhor
Do que a multidão em redor
Obrigado por me dares o aviso
Embora num contexto impreciso
Se argumentas que um dia mudei
Pois no mesmo lugar não fiquei
O problema de ser sempre igual
Não é meu mas sim teu afinal
Se às vezes te pareço quieto
Indiferente ou até circunspecto
É que estar calado eu prefiro
Com as minhas escolhas não firo
Se adiantas que sou perdedor
Não pedi para ser vencedor
Não vou convencer-te de nada
Ou ceder-te a vida emprestada
Se por fim até se te afiguro
Que não levo em conta o futuro
É porque se calhar eu só levo
Mais a sério aquilo que escrevo
Se opinas que vais a algum lado
Estás decerto muito equivocado
A tua opinião não me interessa
Eu só dou valor ao que peça
Por isso poupa lá a energia
Para o que te seja mais valia
Lamento pela pouca atenção
Fala aí com a minha mão
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