Além de ser mau e manhoso
Está sempre a olhar em redor
Para ver quem tem naco maior
Se o invejado até se esforçou
Só há a inveja que sobrou
Mas se os bens provêm do ar
O Roberto vai mais invejar
Inclusive usa do insulto
Parecendo assim pouco adulto
Sem obter nenhuma vantagem
Vai sair-lhe cara a viagem
Porém ele nunca confessa
E até a bondade professa
Ele nega ter tal sentimento
Que mira com lentes de aumento
Coisa vergonhosa e tão vil
A inveja está-lhe no perfil
Não engana ninguém o Roberto
Quando imagina que é esperto
Às vezes anda acabrunhado
Traz na boca um gosto salgado
Por não suportar a felicidade
Nem à volta da própria cidade
Mas se topa alguém infeliz
Vai depressa meter o nariz
Lastimando tanto o invejado
Que até quase se sente estimado
É pior do que o ódio a inveja
Mais suja naquilo que deseja
É cadela que morde e não come
Pois jamais vai matar essa fome
Sem comentários:
Enviar um comentário