Revestida de algum nevoeiro
Quando um poeta descontente
Se apanhou sem dinheiro
Apareceu uma data de gente
A oferecer condolências
Na missa de corpo presente
Para encobrir consciências
E logo ele que detestava
Eufemismos e coisas fofinhas
Nunca em vida imaginava
Tal chorrilho de ladainhas
Não só partiu mas finou-se
E não faleceu mas morreu
Acabou-se o que não era doce
Quando assim desapareceu
Agora tem nova morada
Na quinta das tabuletas
Que tão pouco é visitada
Pelos vivos amigos poetas
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