A ave destaca-se pelo canto
E a mulher pelo seu encanto
Versos assim escrevia o Manel
Em guardanapos de café de papel
Acreditava que a sua métrica
Aliada aos sons da fonética
Tornavam as suas rimas especiais
Mesmo completamente originais
Mas o Manel para a gaveta escrevia
Fazia do estrelato uma vida arredia
Achava-se artista incompreendido
Por ser de classismos destituído
Por isso desprezava as elites
Os seus desmandos e seus apetites
E continuava nas rimas naíves
Com um desvelo próprio de ourives
Às vezes o Manel lá rematava
Quando a conversa não lhe interessava
Que quem tem saúde e liberdade
É muito rico e não o sabe
quinta-feira, 29 de agosto de 2019
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