Na casa da numerosa família Almeida, o patriarca é que dava os dias santos. Como sabia muito bem o que queria, e o tinha tão claro como a água, também se julgava certo do que necessitavam os demais; como tal, não tinha qualquer receio de disparar ordens à esquerda e à direita até que todos os seus desejos se cumprissem.
A prole andava direitinha como um fuso, pois sabia que ao mínimo deslize lá vinha um ralhete encorpado do encorpado pai. O dito queixava-se muitas vezes que não era fácil governar aquela tropa: amiúde os filhos pensavam saber mais do que quem efectivamente mandava. Mas ele tinha uma capacidade de comando inata que o fazia ser respeitado e até querido quando se punha em pose de ordenança.
Toda a família Almeida estava assim sob o jugo daquele personagem masculino, que geria as empresas e as propriedades e também os conflitos familiares um pouco à moda do rei Salomão.
- Casa que não é ralhada não é bem governada
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