Para quê tamanho cuidado no aspirar o chão
No limpar o pó dos móveis?
Quando se deveria sim chupar o pó do ar
À volta dos nossos pensamentos
Sugar os cérebros sujos dos outros
- Que os há cheios de detritos -
Passar cada sinapse a pente fino?
Que interessa se há cotão
Nas solas dos meus sapatos?
Se me dizem que a poluição visual
Me está a desarrumar as ideias?
Desejo que nos corredores da psique
Se respire um ar puríssimo
Que a música do meu choro
Seja igual à da minha primeira respiração
E o som característico da minha gargalhada
Se assemelhe ao meu último estertor
Sem comentários:
Enviar um comentário