Cuidei que nós a água e o vinho:
Dois líquidos tão díspares que dizê-los assim a sua única semelhança
Eu toda transparente volátil esquiva
Água que refresca quando atravessa apressadas gargantas mas nunca sacia
Tu encorpado persistente no palato
Vinho que produz memória e cria novo olfacto
Mas tão enganada de nós era
Afinal como água e azeite somos:
Eu igualmente e apenas essa água furtiva
E tu o tempero que confere sabor
Tu uma espessa fonte de calor
Condenados à impossível mistura
Contas feitas és cheio da verdade que vem sempre ao de cima
quinta-feira, 16 de janeiro de 2020
Provérbio provado num verso branco - LXXII
quarta-feira, 15 de janeiro de 2020
Provérbio provado rimado - DCCLX
Se vês a luz ao fundo do túnel
Esfrega os olhos e presta atenção
Pois tanto pode ser um comboio
Como a almejada solução
Esfrega os olhos e presta atenção
Pois tanto pode ser um comboio
Como a almejada solução
Provérbio provado rimado - DCCLIX
Quando aumenta a gordura
O cinto dita onde fica a cintura
As calças já não passam nas coxas
As celulites pendem frouxas
Para o peso tornar a perder
Não se pode como alarve comer
Há que fechar a boquinha
Comer muita alface e sardinha
Aos doces fazer uma cruz
Que o maldito açúcar seduz
Deixar de enfardar tanto pão
E tirá-lo da alimentação
Resistir assim à carcaça
É um incha desincha e passa
Fazer as pazes com a balança
Até surgir a próxima festança
O cinto dita onde fica a cintura
As calças já não passam nas coxas
As celulites pendem frouxas
Para o peso tornar a perder
Não se pode como alarve comer
Há que fechar a boquinha
Comer muita alface e sardinha
Aos doces fazer uma cruz
Que o maldito açúcar seduz
Deixar de enfardar tanto pão
E tirá-lo da alimentação
Resistir assim à carcaça
É um incha desincha e passa
Fazer as pazes com a balança
Até surgir a próxima festança
Provérbio provado bem ataviado
A Lúcia andava sempre bem arreada: nos trapinhos o último grito da moda, moda essa que lhe gritava amiúde que comprasse mais e mais fatiotas do bom e do melhor; as unhas impecavelmente pintadas e nem um fio de cabelo fora do lugar. À vista desarmada, com o seu ar pedante, dir-se-ia pertencer a Lúcia à nata da sociedade.
O pior era quando abria a boca; parecia não ter ultrapassado o típico complexo do adolescente vernacular: era asneirada que fervia! E a aliar à característica linguagem do bas-fond, dava cada pontapé na gramática que a dita apresentava múltiplas fracturas das quais dificilmente se restabeleceria. A somar a tudo isso, era também coxa em cordialidade: sorrisos, cumprimentos e salamaleques não eram lá com a distinta Dona Lúcia que pairava na sua altivez sobre os comuns mortais.
- Roupa cara não esconde educação barata
O pior era quando abria a boca; parecia não ter ultrapassado o típico complexo do adolescente vernacular: era asneirada que fervia! E a aliar à característica linguagem do bas-fond, dava cada pontapé na gramática que a dita apresentava múltiplas fracturas das quais dificilmente se restabeleceria. A somar a tudo isso, era também coxa em cordialidade: sorrisos, cumprimentos e salamaleques não eram lá com a distinta Dona Lúcia que pairava na sua altivez sobre os comuns mortais.
- Roupa cara não esconde educação barata
Provérbio provado rimado - DCCLVIII
Tu aprende a ficar na tua
Não te ponhas nos cornos da lua
Segue recto o teu caminho
Deixa lá a vida do vizinho
Observa os comportamentos
Com atenção aos momentos
Mas depois não os comentes
Já que todos somos diferentes
Serás mais considerado
Se pareceres bem desligado
Pois só boa fama granjeia
Quem não diz mal da vida alheia
Não te ponhas nos cornos da lua
Segue recto o teu caminho
Deixa lá a vida do vizinho
Observa os comportamentos
Com atenção aos momentos
Mas depois não os comentes
Já que todos somos diferentes
Serás mais considerado
Se pareceres bem desligado
Pois só boa fama granjeia
Quem não diz mal da vida alheia
sexta-feira, 10 de janeiro de 2020
Provérbio provado rimado - DCCLVII
Se não deves nada a ninguém
Justificações só à mãe
Faz o que bem entenderes
E goza tudo o que puderes
Pois quem não deve não teme
É o senhor do seu leme
Leva o barco onde quiser
Onde mais lhe aprouver
Justificações só à mãe
Faz o que bem entenderes
E goza tudo o que puderes
Pois quem não deve não teme
É o senhor do seu leme
Leva o barco onde quiser
Onde mais lhe aprouver
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