É o antúrio vermelho
Aguenta qualquer investida
Nunca se põe feio e velho
Com sede ou encharcado
O antúrio sempre resiste
Mesmo quando é olvidado
Continua de haste em riste
Se acaso muda a direcção
Dos raios que oferecem calor
Nunca entra em negação
De si mesmo é conhecedor
É de tal forma perfeito
Que nem parece verdade
Tal seiva correndo a eito
No caule cheia de vontade
Por ser uma planta resistente
Às condições circundantes
Sobrevive tão competente
Nos bons e nos maus instantes
Gostava de antúrio ser
Tão nobre e sempre vivaz
E saber bem envelhecer
Permanecer como ele capaz
Quando me viessem regar
Abriria as folhas às gotas
Uma forma de ressuscitar
Sem ter de dar cambalhotas
Ir a jogo é o segredo
Fazer por o medo engolir
E se resultar em degredo
Não deixar de persistir
Por isso guardo esta lição
Descobri que quem nunca tenta
É pasto para a frustração
Já que assim também não inventa
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