Disseram-lhe Vem por aqui
E logo declinou o poeta
Não nego tudo o que vivi
Mas não sou nenhum profeta
Ele passou parte da vida
No meio de um vendaval
Que nos versos foi vertida
Com um toque especial
Sentiu-se sempre infinito
Sem princípio e sem fim
Nunca um menino bonito
Com diplomas e jardim
Deus e o Diabo o fizeram
Foi um trabalho completo
Que outros apareceram
Sem tal espírito insurrecto
Ele nunca se acomodou
Gritando aos quatro ventos
Que o átomo que o animou
Lhe ferveu os pensamentos
Pediu sempre por favor
Cuidado com as intenções
Que disfarçadas de amor
Poluem tanto as emoções
Cheio de força e de tusa
Deixou brilhantes poemas
Que integram a alma lusa
E seus principais dilemas
Mas na pátria os artistas
Pouco são reconhecidos
Que ditam os economistas
Que não sejam enaltecidos
Nomeando o José Régio
Presto-lhe esta homenagem
Não é nenhum sacrilégio
Pois tal foi sua coragem
E imaginando que me lê
Quero entregar um presente
Ó José diz-me porquê
Ninguém te fica indiferente
Após fazer a questão
Ofereço-lhe um ditado
Se esperas consideração
É melhor esperares sentado
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