Tarde ou nunca se endireita
Das regras vive absorto
E poucos avisos aceita
Proveio do ramo errado
Duma raiz displicente
Ou foi talvez enxertado
Num arbustivo diferente
Quando já nasce torcido
Não vai fazer ângulo recto
Mesmo se foi prometido
Viver segundo um decreto
Prefere fugir à norma
Os próprios preceitos inventa
Enquanto ideias transforma
A insanidade sustenta
Se lhe apontam o dedo
Por se mostrar dissidente
Respira fundo sem medo
Continua desobediente
(Ilustração: Rui Louraço)
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