E como te escondes dos algozes?
Que fazes com essa descoberta
Sempre que a angústia aperta?
Como afastas o tal embaraço
Dum recente e redondo fracasso?
Como sais a porta com coragem
A seguir a mais uma paragem?
Porque não te cobres de vergonha
E apresentas lavada a fronha?
Que fazes da desculpa constante
Que perdoa cada novo instante?
Como ser tu mesmo consegues
Se tantas imagens persegues?
Como obténs essa identidade
Que te faz um ser de verdade?
Como operas na vida a luta
Que exige frequente permuta?
E como te absténs de vender
A alma que ninguém pode ler?
Que o Diabo está interessado
Que abdiques dela um bocado
Como evitas tal tentação
Que te coloca em exposição?
Como vives se o mafarrico
Te puser a alma num fanico?
E depois a quem fazes queixinha?
Dirão que bates mal dessa pinha
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