Quando os animais falavam
As galinhas ainda tinham dentes
Nesse tempo tanto ensinavam
Mesmo aos que não eram crentes
Hoje em dia ficaram mudos
Mas há uns animais a escrever
Que auferem bolsas de estudos
Que só nos fazem encolher
Pois nada do que eles debitam
Pode ser fresco e original
Porque o pensamento limitam
Produzindo uma prosa banal
Tão atados nos seus arrebites
O seu verbo é muito contido
Criando em cima de limites
Sem ter nenhum sonho percorrido
É tamanha a falta de visão
Sem ter asas e sem ter escadas
E o ensejo habita a prisão
Sem vontade de galgar estradas
Esse medo de mais infinito
Faz com que estejam de joelhos
Calando na garganta o grito
Torna-os em novos tão velhos
Até podem ter muito sucesso
E acreditar-se diferentes
Já que aquilo que têm impresso
Vende como pãezinhos quentes
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