Quanto mais são os espaços vazios
Mais ar neles vai circular
Quando chegam os primeiros frios
Mais pessoas se irão constipar
Se aumenta a probabilidade
De descer a temperatura
Haverá mais sensibilidade
Nessa do que noutra altura
Nos espaços dos corações
Acontece da mesma maneira
Tal como nas quatro estações
Têm sua sezão costumeira
Cavidades em número par
Com tecido a fazer divisão
Paredes capazes de abrigar
Uma ou outra desilusão
Sempre a bater compassado
Oxigenando os pulmões
Quando está muito acelerado
Parece que levou empurrões
Às vezes muda de lugar
E desce para o intestino
Se tem de algo suportar
Que lhe provoca desatino
Nesse acto adquire nobreza
E domina o que é compulsão
Vencendo a própria fraqueza
Vai fazer das tripas coração
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