Provérbios Provados noutras casas:

terça-feira, 8 de agosto de 2023

Provérbio provado alimentado

Há factos que a minha memória de criança me devolve inteiros. O pai era severo e autoritário e estava sempre cansado por causa dos dois trabalhos que acumulava. Levantava-se muito cedo e apanhava o primeiro comboio para a cidade. Trazia sempre a tiracolo a sua inseparável pasta castanha, mesmo depois de ter desfeito a barba arruivada. Isso foi no tempo em que o pai teve aquele dissabor nos negócios que o fez vender o carro novo, o terreno na outra margem e me fez deixar de frequentar as aulas de ballet. 
Raramente me lembro de ver o pai rir. Mas julgo que aqui é a memória a atraiçoar-me. Porque o pai ria, com certeza. Às vezes dizia coisas engraçadas e ficava um bocado a rir-se dele mesmo. Como quando à mesa devorávamos o jantar:
- Comam, comam, encham a barriguinha, porque mais vale para o supermercado do que para a farmácia e, além disso,...


- Quem não é para comer não é para trabalhar 

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