No rosto a vida toda marcada
Nada está ali ao acaso
Lê-se nele os braços que deu a torcer
Os sapos crus que teve que engolir
Os sapatos que calçou e não eram seus
Lê-se cada acorde desafinado
As esperas inúteis e quantos segundos congelados
O seu íman converte o imã
Entroniza o republicano
E filia o anarquista
A sua força é centrípeta
As extremidades desafiam as leis da natureza
A matemática e a filosofia afundam-se na inutilidade
Vive a tranquilidade inquieta
Daqueles que consumiram a inevitabilidade
Dos instantes incompletos e fugazes
Emana um chatme lento e transparente
E tem a respiração típica de quem viveu a vida asmática
Enquanto o pau vai e vem folgam as costas
terça-feira, 19 de dezembro de 2017
Provério provado num verso branco - VII
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