Tinha uma presença muito forte e fazia questão de dar uns apertos de mão bem vincados, engrossando a voz quando se apresentava: Rita Moreira, muito gosto!
O gosto era todo dela, pois a Rita não tinha um feitio nada fácil. Tinha uma personalidade muito intensa e, convenhamos, demasiado expressiva, opinativa, explosiva, impulsiva, resumindo nada esquiva. Era também excessivamente impaciente e muito teimosa: quando metia uma coisa na cabeça, queria levar a sua avante de imediato. A Rita fervia em pouquíssima água e quando explodia respondia à letra, não se furtando a uma boa querela. Como era assim meio doida, assustava facilmente quem dela se acercava, quer fossem relações de natureza laboral, amorosas ou até de amizade.
Em abono da verdade, lá no fundo a Rita não era má pessoa. Pelo contrário: era leal, forte e autêntica, com um coração puro e um espírito inabalável. E à laia de justificação, rematava muitas das suas conversas assim:
- Quem dá o que tem, a mais não é obrigado
quinta-feira, 28 de dezembro de 2017
Provérbio provado justificado
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