Se dá tanta saúde o trabalho
Que trabalhem então os doentes
Eu já estou feita num frangalho
E tenho outras coisas pendentes
Se me saísse o Euromilhões
Se eu sequer o jogasse
Abriria decerto os cordões
De toda a bolsa que usasse
A reforma antecipada
Pediria de imediato
Para ir viver vida airada
E não planear cada acto
Sem ter do futuro receio
Dedicar-me-ia à escrita
Com algumas viagens plo meio
Desconheceria a desdita
Dígitos na conta bancária
Seriam então cinco ou seis
Não seria mais bibliotecária
Comeria à mesa dos reis
Com passeios nos intervalos
Se tivesse uma fortuna minha
Porque o trabalho faz calos
De manhã é bom na caminha
Sendo eu pobre só me resta
Até quase aos setenta penar
Intercalando sesta e festa
Espero conseguir lá chegar
Sem comentários:
Enviar um comentário