A Ana era pequenota e rabitesa e gostava de levar a sua avante. Desde criança chocava bastante com a mãe que não escondia a preferência pela irmã mais nova de mais fácil trato; aliás a própria mãe lhe apunha frequentemente o carimbo de temperamental e lhe relembrava o seu irritante mau feitio. No entanto, a auto estima da Ana não saía beliscada pelos constantes mimos da mãe e continuava a fazer o que lhe dava na real gana.
Como não gostava lá muito de estudar, ao contrário da irmã, decidiu ir trabalhar logo que terminou o liceu. A mãe arengou o mais que pôde quando tomou conhecimento da decisão:
- Muito me engano ou não te aguentas por lá muitos Janeiros, Ana, com esse feitio que tu tens! Ou arrepias caminho ou correm contigo em dois tempos. Tens de ser mais branda, não podes levar tudo assim a ferro e fogo nem esperar que comam e calem e te façam as vontadinhas todas!
A Ana virou costas acabrunhada, empinou o nariz e foi à vida, mas cedo percebeu que a mãe tinha alguma razão pois logo nos primeiros dias de labor teve de engolir alguns sapos e se eram bem gordos!
Pegou-se instantaneamente com uma colega mais rabitesa que ela que padecia da severa agravante de se fazer de sonsa em frente da chefe. A Ana não gostou da atitude dissimulada e disse-lhe poucas e boas para quem quis ouvir. Acontece que a outra não se ficou e, quando a apanhou sozinha, desferiu-lhe um tal chorrilho de provocações e ofensas que deixaram a Ana a um canto sem colo num pranto de baba e ranho.
Quando chegou a casa e relatou à mãe o sucedido ainda teve de escutar a máxima:
- Quem diz o que quer ouve o que não quer
terça-feira, 31 de dezembro de 2019
Provérbio provado provocado
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