O local desta história é uma vila histórica e muralhada onde decorre um evento literário outonal. As personagens três mulheres acompanhadas pelo filho de uma delas, criança curiosa sem ser birrenta ou mal comportada.
À hora em que começa a história propriamente dita, as ruas ficaram de repente estranhamente desertas. Há mais de meia hora que sobem e descem, descem e sobem, o empedrado irregular, entrando e saindo das muralhas, à procura de um restaurante que a memória de uma das mulheres tenta convocar. Têm muita fome e a noite já desceu; desceu uma noite de Outono, a primeira verdadeira noite húmida e fria daquele Outono, e estão mal agasalhadas. Os restaurantes que vão encontrando todos caríssimos, fora de questão para o orçamento que haviam estipulado. Uma das mulheres prestes a transformar-se numa criança birrenta e mal comportada, para além de constipada, mas a criança mantém-se imperturbável.
Às tantas, aparece ao virar de uma esquina, um restaurante sem aquele ar de armar ao pingarelho, as letras Churrasqueira pintadas no toldo. As mulheres sorriem, estão cansadas, já nem querem apreçar: É já aqui! Entram portas adentro de sopetão e deparam-se com toda a comitiva de escritores e artistas do festival literário: Ora bolas, isto é só para convidados!
A mãe da criança e o seu rebento são imediatamente reconhecidos por um amigo, pois o pai da criança era o gajo que iria actuar no dia seguinte com a sua viola no encerramento do festival. O amigo tem a ideia peregrina de sugerir às quatro esfaimadas criaturas que dêem o nome como acompanhantes do gajo, olha agora!
E foi mesmo assim que sucedeu: zero opções gastronómicas transformaram-se num catering variado que incluía bebidas e sobremesas. Tudo à borla, claro.
- Quem ri por último, ri melhor
segunda-feira, 2 de dezembro de 2019
Provérbio provado calcorreado
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário