Chegou a casa com os bolsos vazios e o bucho cheio de whisky. Mais uma noite perdida num corpo desconhecido de quem não recordaria o nome nem as feições. O desejo iludido, o desejo escondido só por umas horas.
De manhã acordou sem querer acordar. O quarto estava escuro e deixou-se ficar nos lençóis que cheiravam a álcool e a tabaco. Ao meio dia o telefone tocou, deu-lhe uma trolitada para que ficasse em silêncio.
Eram seis da tarde quando finalmente se ergueu da cama. Foi à cozinha e abriu o frigorífico num gesto maquinal: praticamente vazio. Bebeu um copo de leite azedo e voltou para para o quarto. Dormiria até terminar aquele fim de semana, sem verificar o telefone nem comer nem tomar banho.
- Perdido por cem, perdido por mil
terça-feira, 31 de dezembro de 2019
Provérbio perdido
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