O João era demasiado falador e entusiasmava-se com muita facilidade. Claro que não fazia por mal, mas a verdade é que isso frequentemente irritava os outros. É que o João estava sempre excitado com algo in extremis e isso tornava-se cansativo para quem o rodeava, pois tinha alguma dificuldade em permanecer sereno e estabelecer interacções mais tranquilas.
Na mesma linha, o João também tinha tendência a querer estar sempre ocupado com alguma coisa divertida e, além disso, não gostava de ficar muito tempo no mesmo sítio, já que se aborrecia rapidamente. Inevitavelmente acabava por ofender as suas companhias, porque criava nelas a sensação da não apreciação.
O João não apreciava sentir-se preso nas suas relações amorosas e tinha alguma tendência para ser infiel e para procurar novas fontes de divertimento, acabando por ser odiado pelas namoradas traídas.
No entanto, o João sabia divertir-se sozinho e era conhecido pela sua autonomia, não precisando necessariamente dos demais para se sentir bem. Gostava de desfrutar das suas próprias aventuras e agendar programas sozinho, porquanto não desejasse sentir-se dependente da vontade dos outros. Caso quisesse experimentar algo, fazia-o, pois era demasiado impaciente para esperar por alguém.
Tinha outro defeito assinalável: o João estava constantemente a mudar de ideias, tendo pouco controlo emocional. Tanto podia estar incrivelmente chateado em determinado momento, como absolutamente feliz no seguinte, sendo difícil para os que o rodeavam lidar com estas alterações de humor. Mudando assim de ideias e vontades com excessiva facilidade, o João, que inicialmente conseguia cativar as pessoas, rapidamente as conseguia afastar.
- Breve é a loucura, longo é o arrependimento
quarta-feira, 20 de maio de 2020
Provérbio provado amalucado
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