Era médico o Dr Pedro
Um esforçado cirurgião
A operação era um degredo
Tremia-lhe muito a mão
Empunhava o bisturi
Para cortar finamente
Mas de facto nunca vi
Contou-mo o seu assistente
Quando tinha de suturar
Pedia ajuda à enfermeira
Não fosse ele se enganar
E coser de qualquer maneira
Lembrava-se da faculdade
Com um especial carinho
Dos colegas tinha saudade
Dos professores nem um pouquinho
Recordava o mau momento
Das aulas de anatomia
Quando viu que o seu sustento
Da profissão não se faria
Puseram-lhe um corpo à frente
Que lhe mandaram dissecar
Ele atacou-o com um pente
E pôs-se a tremelicar
Mas apesar dos pesares
Gostava muito das pessoas
E nos seus muitos vagares
Atendi-as se estivessem boas
Pior era quando os doentes
Traziam alguma maleita
Ficavam logo impacientes
Se lhes dizia é bem feita
Um dia um deles finou-se
Com a sua falta de jeito
E a confusão instalou-se
Foi dispensado a preceito
Deixou triste o hospital
Com os ombros encolhidos
E depois como é normal
Perdeu ali mesmo os sentidos
E foi um tal alvoroço
Que não o deixaram sozinho
Pois fracturou até osso
Não pôde sair de fininho
Peço já aqui perdão
Por ser a rima tão extensa
Queiram saber de antemão
Resumir não me é pertença
domingo, 19 de novembro de 2017
Provérbio provado rimado - CLVII
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