Amor num tempo conjuntivo
Vivamos um amor clandestino
Protegendo os sobressaltos do coração
Escapando dum lápis azul sorrateiro e engenhoso
Não façamos juras nem declarações de intenções
Não tenhamos a tentação de imprimir folhetos
Cantando o nosso amor sem lágrimas
Que distribuiríamos às escondidas da censura
Assobiando para o lado e passando despercebidos
Cada um em seu passeio olhando montras sem as ver
Não desejando consumir nada mais que o outro
Façamos silêncio pelas ruas
Longe de ameaças de manifestação
Amemo-nos debaixo de telha
Na urgência de quem esconde a nudez de emoções intensas
E depois inflijamo-nos a tortura do sono num abraço infinito
Não cerrando as pálpebras a esse olhar aquático e despoluído
De manhã façamos planos de partida para o exílio
Liguemos o rádio e escutemos os amanhãs que cantam
Então assoberbados por esse minuto quieto de assombro
Afugentemos os últimos receios
E escolhamos as flores da nossa revolução
domingo, 19 de novembro de 2017
Provérbio provado num verso branco - II
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