Provérbios Provados noutras casas:

domingo, 26 de maio de 2024

Provérbio provado num verso branco - CXLIV

Aquele coração que foi janela estilhaçada 

Sobreviveu a uma tempestade de pedras velozes 

Que lhe britaram com fúria a superfície 


Resta-lhe que não mais se conduza num ímpeto 

Na direcção do olho do furacão 

Que se desloque com cuidado redobrado 

Cautelosamente na ponta dos vasos para não sangrar 

Veia ante veia rumo ao ninho que o espera 

E onde se conserva o amor soberano 


- Esse quando assim inquestionável também absoluto 

E quando se consegue sustentar o suficiente 

Cada grama de desperdício é uma dádiva extra -


Mas se aquele coração tiver pressa pode a cabeça 

Emprestar-lhe um pensamento a fundo perdido 

Que lhe recomende um passo mais lento 

Um movimento de espião incógnito sem palco 

Nem luzes que sobre ele incidam excessivamente 


Lá vai ele sorrateiro em peúgas de lã 

Caçador atrasando a meta no rasto da presa 

Já não quer chegar adiantado como dantes 

Antes do princípio ser sequer princípio e o fim fim 

Agora quer arribar ao porto certo no ponto certo 

 

A boa sorte é sempre pouca sorte nessa viagem 

As rédeas exigem aprendizagem e muito esforço 

Desistir parece mais fácil e por isso é mais difícil 

Mas para onde o coração se inclina o pé caminha 



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