Os excelsos senhores deputados
Esperam sempre quaisquer ofertas
E encontram as portas abertas
Quando são solicitados
A quem dá uma presa inteira
Quando muito o presunto devolvem
Fingindo que assim se envolvem
Numa posição verdadeira
Na garagem guardado o triciclo
Enquanto uma bomba conduzem
Ideias peregrinas produzem
Dormitando no hemiciclo
Quando chega a sua altura
Assinalam armas e brasões
E anunciam ordens de razões
Só assim botam faladura
Com tal figura de retórica
Enumeram de dedo estendido
Com um semblante atrevido
E uma pose categórica
De fato engomado e gravata
Aparentam bom comportamento
Mas acaba por vir um momento
Em que arrogam cheios de bravata
Uma vez encerrado o plenário
As patacas são distribuídas
Se terão sido subtraídas
Todos afirmam o contrário
Como tontos bonecos procedem
Com a mão no bolso fechada
Dando por finda a jornada
Com até amanhã se despedem
A eloquência parlamentar
É uma campainha que se toca
Sempre que alguém a convoca
Quando chega a hora de jantar
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