O Severino podia gabar-se de já ter estado nos cinco continentes. De facto, conhecia cinquenta países e ia a caminho do quinquagésimo primeiro, pois deslocar-se-ia à Geórgia no início do mês seguinte em trabalho. Nem sempre fazia estas viagens por obrigação laboral, muitas vezes também tirava umas semanas para ir descobrir mais uma ou duas terras longínquas.
Caramba! - assim se manifestava o Severino -, se me farto de trabalhar também tenho de aproveitar, não é?
Só que secretamente detestava quartos de hotel e para ele não havia nada como a sua caminha e a sua banheira. Nunca conseguia dormir convenientemente fora de casa: a ideia de felicidade plena do Severino, quando regressado ao lar doce lar, era esparramar-se nos seus lençóis e derramar-se num sono descansado, profundamente silencioso - uma experiência de quase morte de onde pudesse acordar completamente revigorado. Espreguiçava-se demoradamente e seguia para dali para uma das suas maiores extravagâncias: um banho de imersão tão demorado que chegava a demorar várias horas e que podia incluir um prato de comida, uma garrafa de vinho e um ou vários livros, consoante a disposição.
Depois de todos estes rituais de repouso e purificação, Severino estava então pronto para planificar a próxima viagem.
- O bom da viagem é quando se chega a casa
terça-feira, 14 de abril de 2020
Provérbio provado só em casa descansado
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário