Foi de repente que deixei de acender, como um isqueiro que cai na sanita e depois já não dá chama.
Não se sabe por quanto tempo o lume se esvai, mas convém que não se desista abrupta e irremediavelmente, deitando-o no lixo do que deixou de ter serventia, importa que se lhe dê uma hipótese de reserva: uma gaveta menos utilizada ou um bolso de casaco da próxima estação. Qualquer dia, talvez mais cedo que tarde, essa água estagnada evapora-se dos rolamentos e a faísca volta a brilhar a um vulgar gesto da mão.
Nisto pensei depois de ter puxado o autoclismo e ter conseguido resgatar o isqueiro naufragado: na obrigação de me dar segundas e terceiras e quartas oportunidades, todas as que forem necessárias. Engraçado como a vã poesia do quotidiano nos ensina a toda a hora que
- Saber esperar é uma virtude
quinta-feira, 23 de abril de 2020
Provérbio provado adiado
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