quarta-feira, 12 de setembro de 2018
Provérbio provado hibernado
Tinham estado um mês sem se verem. Rosa inventara uma conferência numa cidade longe o suficiente para lhe permitir passar a noite fora sem levantar suspeitas. Felizmente, o marido não era desconfiado, ainda há pouco lhe desejara boa noite pelo telefone sem questões de maior.
Embora agora estivesse a dormitar no rescaldo da paixão, ela sentia o corpo daquele homem ao seu lado que fazia o favor de não ressonar. Ele respirava muito devagar num movimento constante, convidando-a assim a encostar-se meio lânguida ao seu sono. Existia entre os seus corpos adormecidos uma tal continuidade que até se poderia tornar num hábito, quase um sentimento de segurança. Só aqui neste quarto sonhariam juntos a dormir por não o poderem fazer acordados.
- O que ninguém sabe, ninguém estraga
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