Ai, comadre, que isto foi um falatório, toda a gente soube. Não se acanhe, pode dizer. Foi um desenvergonhado, pode dizer à vontade, eu digo também. Isto nas terras pequenas já se sabe que tudo se sabe. Até porque ele fez tudo às claras, andou atrás da rapariga nas barbas da mulher. E a Zézinha, parvinha, não dava por nada, ainda se punha a defender o marido. Ouça cá, saberia ela o que se passava e esperava que passasse? Eu só sei é que depois foi uma grande bronca, aquele dia da gritaria, ai, coitadinha da Zézinha, comadre, que julguei que lhe dava ali uma coisa, a levar com as verdades assim todas de rajada. Aquele bruto! Bem ela chorou baba e ranho e lhe pediu que não fosse, mas ele fez ouvidos de mercador. Saiu porta fora ainda cheio de razão. Pode bem dizer, um grande estupor, diga à vontade, um ordinário, toda a gente sabe. E quando, na altura das papeladas, a Zézinha lhe falou no dinheiro para as crianças, ainda teve a distinta lata de dizer que agora não, que não podia porque ia com a outra de férias. Isto dá para acreditar?
- A primeira é mesquinha, a segunda é rainha
quinta-feira, 9 de junho de 2016
Provérbio numeral ordinal
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