O Sr. Viegas, não sendo propriamente um senhor, passava por tal. Sua habilidade, e aproveitando a voz charmosa e de boa dicção, consistia num voltear entusiasta dos anseios dos clientes, levando-os ao clímax e subsequente compra. Nunca apressava a dita, mas não os deixava pensar demais: havia ali aquele momento em que intervinha e chutava para a vitória. O Viegas tinha já então o cliente preso pelos dentes e aí já não mais poderia resistir, sentia-se obrigado a comprar, completamente encurralado, levando peças que não lhe interessavam ou sequer fariam qualquer préstimo. Esta loja do Sr. Viegas era a típica do "há tudo", e ele sabia onde estava mesmo tudo: parafusos, lâmpadas, fósforos, palha d'aço, sabão Clarim, sacas de sarapilheira, pilhas, e muito mais desse tudo. E como não havia nenhuma deste tipo de loja nas redondezas nem depois delas, o Viegas passou a alinhar no "há tudo, mas a peso". Assim foi que enriqueceu.
- Metade do ano com arte e engenho e a outra metade com engenho e arte
domingo, 19 de junho de 2016
Provérbio do vendedor enganador
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