Nunca te mostra o caminho
Aquilo que desejas ver
E nessa senda sozinho
Aguardas a morte aparecer
É tudo tão provisório
É tudo tão de fugida
E nesse modo aleatório
Crês que cumpres a vida
Preferes estar isolado
Com um semblante tristonho
Ficas do mundo apartado
Por o achares enfadonho
Nessa solidão constante
Não dás nadinha de ti
Até que alguém de rompante
Por acaso te encontra aqui
Faz-te uma grande festa
No meio de abraços e gritos
E toda a conversa se presta
A um arraial de aflitos
Sem saber o que fazer
Adoptas então fingimento
E em vez de desaparecer
Engoles esse momento
As confidências aturas
São mil e um os relatos
E no fim já farto lá juras
Lavar as mãos como Pilatos
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