Logo eu que eufemismos detesto
E me bato pela frontalidade
Deixo sempre por dizer o resto
Quando de ti tenho vontade
Não que seja de dizer um medo
É mais uma espécie de receio
Quase que parece um segredo
Confessar-te o coração cheio
Já o amor outras vezes morreu
Tive então de me despedir
E por saber que isso aconteceu
Não quero que se vá repetir
Sinto-me pois assim vulnerável
E não grito aos quatro ventos
Acaba por ser mais confortável
Esconder os meus sentimentos
Gosto muito de ti é o que digo
Protelando até à exaustão
Nos momentos em que estou contigo
Definir-me com exactidão
Quando um dia disser que te amo
Abrirás os olhos com espanto
Pensando talvez que reclamo
Por não retribuíres outro tanto
Lá terei de esse risco correr
Se efectivamente não me amares
Ver-te rápido desaparecer
Enquanto dás aos calcanhares
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