Provérbios Provados noutras casas:

quinta-feira, 4 de julho de 2019

Provérbio provado madrugado

Já estou reformado há cerca de dez anos, mas os mais de cinquenta anos de trabalho deixaram-me hábitos madrugadores. Não preciso de despertador: às seis horas salto da cama com mais energia que um jovem de vinte anos.
Eu ainda esbanjo saúde, felizmente, mas a minha bem amada Adelina que Deus tem deixou-me há dois anos, corroída pela velhice. A dada altura, começou a ficar alheada e sem expressão e a memória só recordava o passado mais distante. Foi um dó de alma ver a Adelina de repente uma velhinha, dependente de mim para tudo. Na saúde e na doença, até que a morte nos separe, não é? Estou longe de ser perfeito, mas cumpri o meu papel de marido dedicado até ao fim. A Clarinha, a nossa filha, ajudava como podia, mas com duas crianças pequenas não podia desdobrar-se muito mais.
A seguir à morte da Adelina senti um vazio imenso, mas durou pouco pois a minha necessidade de ser útil cedo encontrou nos netos uma via. Agora acordo, faço a minha higiene diária e recebo-os muito cedinho em casa. A Clarinha entrega-mos ainda ensonados e cheios de remelas para que lhes dê o pequeno almoço e os leve à escola. Mais que uma obrigação, tenho um propósito que me impele a saltar da cama com alegria: ver os meus netos crescer todos os dias mais um bocadinho.

- De manhã é que se começa o dia

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